Das 300 vagas oferecidas pelo Concurso Fiocruz 2023, para todo o País, onze (11) serão destinadas ao Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), unidade regional da Fiocruz instalada no Amazonas, com sede em Manaus. No último dia 12, a instituição publicou os três editais do Concurso, com as vagas igualmente distribuídas para cada um dos cargos oferecidos, todos de nível superior. São eles: Tecnologista em Saúde Pública, Analista de Gestão em Saúde e Pesquisador em Saúde Pública.
Para a Fiocruz Amazônia, serão três (3) vagas para Tecnologista em Saúde Pública, três (3) para Analista de Gestão em Saúde e cinco (5) para pesquisadores em Saúde Pública, o que proporcionará um incremento de 30% no quadro de servidores efetivos da instituição no Amazonas. Os salários variam de R$ 5.735,29 (analista de gestão e tecnologista) e R$ 6.463,37 (pesquisador), podendo chegar a R$ 13.686,72, com gratificação de desempenho, auxílio-alimentação e adicional de titulação. O último concurso da Fiocruz foi realizado há sete anos, em 2016.
O concurso é nacional e há vagas em todas as unidades da Fiocruz, no Rio de Janeiro e demais estados (Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí e Rondônia). O período de inscrições será de janeiro a março de 2024, das 10h de 22/01 às 23h59 de 5/3/2024.
As primeiras provas serão realizadas no fim de abril. O valor das inscrições é R$ 150,00. Todas as informações sobre o processo seletivo, distribuição das vagas por perfil e cidades, atribuições dos cargos, pré-requisitos e conteúdo programático para concorrer estão disponíveis nos editais publicados no Diário Oficial da União e acessíveis na página do Portal Fiocruz. A página tem informações institucionais, sobre os concursos anteriores e sobre os salários dos cargos disponíveis. Também estão acessíveis um guia de perguntas e respostas, além de informações sobre os canais de relacionamento para dúvidas.
A diretora eleita da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, destaca a importância do concurso para o fortalecimento do papel da Fiocruz enquanto instituição de pesquisa e ensino na Amazônia. “Para nós, é muito importante aumentar o nosso corpo técnico-científico aqui no Amazonas, com o incremento de 11 vagas, que é bastante, frente ao número de 49 servidores efetivos que temos hoje, além de bolsistas e terceirizados”, explica. Pesquisadora em saúde pública concursada, Stefanie conta que entrou na Fiocruz no concurso realizado pela instituição em 2014. “Temos hoje um quadro de 28 pesquisadores efetivos para atender toda a Amazônia e suas singularidades. O reforço nesse número será de fundamental importância para conseguirmos atender os diferentes tipos de demandas existentes na região”, afirma a diretora.
MISSÃO
Produzir conhecimento e ter um olhar diferenciado para a população da região são algumas das missões dos pesquisadores sanitaristas da instituição. “Nosso corpo técnico é reduzido e os desafios são enormes, cito por exemplo a necessidade de pesquisadores na área de mudanças climáticas e o impacto na saúde na população. Precisamos ter capacidade e conhecimento para desenvolver projetos nessa interface”, observa Stefanie Lopes, ressaltando as dimensões continentais da região e as singularidades que a caracterizam.
A Coordenadora Geral de Gestão de Pessoas, da Fiocruz, Andréa da Luz Carvalho, pontua que a realização do concurso com disponibilidade de vagas para as unidades do Amazonas e de Rondônia tem como finalidade fortalecer e ampliar as ações de pesquisa, vigilância, dentre outras, que as duas unidades realizam para o sistema público de saúde e de contribuição para a ciência. Para ela, é fundamental estimular que profissionais da Região Norte participem do concurso.
Andrea Carvalho explica que o candidato se inscreve no perfil e a cidade correspondente. “As unidades nossas localizadas na Região Norte formam muitas pessoas que podem concorrer a estas vagas. Nossas unidades respondem a questões de ciência e tecnologia em Saúde também relacionadas a doenças que acontecem na regiao Amazônia. Este conhecimento produzido influencia não só na solução dos problemas locais, mas se soma ao que é produzido no nosso país e internacionalmente”, analisa.
DESAFIOS
Aprovado no concurso da Fiocruz desde 2016, o roraimense Eduardo Lima Garcia, 30, conta que quando entrou não tinha o conhecimento amplo sobre a abrangência da atuação da instituição. “Quando realizei o concurso, não conhecia muito sobre a Fiocruz, nem o tamanho e importância dela para o País. A cada dia que eu vinha trabalhar, vinha nascendo e crescendo em mim o orgulho de ser Fiocruz e poder fazer parte da instituição que está presente na história do País e na vida de todo cidadão brasileiro, por meio das pesquisas e vacinas produzidas, bem como as políticas públicas que ajuda a construir na área de Saúde Coletiva. Desejo a todos os novos servidores que entrarem que passem pela mesma experiência que tive”, resumiu. Eduardo é técnico em Saúde Pública e exerce hoje a função de chefe da Secretaria Acadêmica da Fiocruz Amazônia.
O epidemiologista Jesem Orellana, que ingressou na Fiocruz como pesquisador em 2006, salienta os desafios e a riqueza de oportunidades que o concurso proporcionou. Para ele, a iniciativa da Fiocruz em organizar um novo certame se configura num esforço institucional estratégico para repor perdas, em contexto de aumento do protagonismo amazônico sobre questões sanitárias e climáticas. Há 17 anos trabalhando como pesquisador em Saúde Pública, Orellana ocupa atualmente a chefia do Laboratório de Modelagem em Estatística, Geoprocessamento e Epidemiologia (LEGEPI), da Fiocruz Amazônia.
*Com informações da FioCruz