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segunda-feira, dezembro 30, 2024

PF realiza operação sobre chacina no rio Abacaxis

Essa operação tem como alvo empresários suspeitos de participar da adulteração de provas da investigação

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É realizada. na manhã desta segunda-feira, 5, pela Polícia Federal do Amazonas, a operação no município de Nova Olinda do Norte que busca solucionar uma chacina ocorrida em 2020 que matou 8 pessoas, tendo participação de policiais militares.

Os agentes estão em um hotel da cidade para fazer apreensão de todos os HDs de imagens de uma das vítimas que, supostamente, teria sido torturada no local. De acordo com informações, o proprietário entregou as imagens das câmeras de segurança adulteradas, uma vez que, nelas não apareciam as tais agressões.

Essa operação tem como alvo empresários suspeitos de participar da adulteração de provas da investigação.

Sobre o caso

Em agosto de 2020, uma operação policial deflagrada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, na região do rio Abacaxis, resultou na morte de dois indígenas Munduruku e quatro ribeirinhos, além de diversos relatos de torturas e violações de direitos humanos.

A ação ocorreu dias após o então secretário-executivo do Fundo de Promoção Social estadual, Saulo Moysés Rezende Costa, ter sido baleado enquanto realizava a prática ilegal de pesca esportiva no rio Abacaxis, onde fica a Terra Indígena (TI) Kwatá Laranjal. No dia 3 de agosto do mesmo ano, homens identificados como policiais militares entraram com os rostos cobertos nas comunidades localizadas à margem do rio, alegando se tratar de uma operação para combater o tráfico de drogas na região. Dois agentes da PM foram mortos durante a operação e, no dia seguinte, 50 policiais retornaram às comunidades.

Os dois jovens Munduruku mortos são da Aldeia Laguinho, que fica na Terra Indígena Kwatá-Laranjal. De acordo com o cacique Gelcimar, eles foram vistos, pela última vez com vida, por volta das 8 horas do dia 5 de agosto. Estavam viajando em um motor rabeta [pequena canoa a motor] em direção à sede do município de Nova Olinda do Norte. Josimar Moraes Lopes, de 25 anos, foi encontrado boiando no rio no último dia 7 de agosto. O corpo de seu irmão, Josivan, de 18 anos, não foi localizado.

“A projetada retaliação das forças de segurança amazonenses resultou em uma desastrada ação armada, executada por uma milícia formada por policiais sem farda, dentre os quais dois foram mortos e outros dois feridos”, destacaram as 17 entidades que assinam a manifestação. Entre elas estão o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissões Pastorais da Terra, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro Residentes em Manaus.

Leia mais: Governo Lula supostamente irá rever suas articulações para conter novas derrotas no Congresso

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Da Redação

Foto: Divulgação

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