O consumo dobrado na conta de energia, apontado pelo Instituto de Pesos e Medidas (IPEM/AM) após constatar um “erro” nos medidores de energia durante uma fiscalização do órgão, foi debatido pelos vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM), na sessão plenária desta segunda-feira, 14/2. Os parlamentares criticaram a situação apontada pelo Ipem, cobraram mais atuação dos órgãos de fiscalização e criticaram o arquivamento do pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na CMM, feito no ano passado.
O assunto virou debate na casa legislativa, após o diretor-presidente do IPEM/AM, Márcio Brito, revelar que os medidores de energia, instalados recentemente pela concessionária Amazonas Energia, apresentaram o dobro na contagem de consumo elétrico. A informação foi divulgada por Brito, durante uma das reuniões itinerantes CPI da Amazonas Energia da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
O vereador Wallace Oliveira (PROS) destacou a informação em sua fala e criticou o fato da própria empresa Amazonas Energia, em alguns casos, fazer a avaliação em seus medidores. “Eu estou repercutindo o que o presidente do Ipem falou. Ele segue ainda combatendo a defesa da Amazonas Energia, que diz que o laudo Amazonas energia contesta esta informação. Mas quem tem competência quanto a capacidade de uso daquele equipamento é o Ipem”, disse o vereador, que aproveitou para falar da atuação da CMM em relação ao assunto.
“Nós fizemos várias audiências públicas, mesmo com alguns vereadores indo a mídia dizendo que isso não tinha valor. Trouxemos a Amazonas Energia por três vezes, essa casa trouxe. Essa situação foi pauta em muitos momentos e hoje o Ipem carimba o que falávamos. Então é urgente que a Amazonas Energia de uma resposta para a população que está lá fora”, concluiu Oliveira.
Assim como ele, o vereador Cícero Custódio, o Sassá da Construção Civil (PT), também fez críticas a empresa e ressaltou as denúncias que sempre fez sobre o assunto.
“Eu quero dar parabéns para a população de Manaus que foi para a rua denunciar a situação. O povo tem força e quando quer, derruba qualquer situação. A Amazonas Energia continua roubando a população. Será que ela vai devolver o dinheiro da população? Então eu estou pedido que a empresa venha aqui explicar para a população. E o Ministério Público investigue, porque o Ipem só foi para a rua porque a população fez protesto, se não fosse isso ninguém ia investigar”, opinou o parlamentar ao criticar a atuação dos órgãos fiscalizadores e de alguns vereadores que só fazem firula sobre o tema na internet.
Audiência – Em continuidade ao tema, o vereador Jander Lobato (PTB) disse que iria solicitar uma audiência pública para que o diretor do Ipem e da empresa explicassem as divergências apontadas aos parlamentares.
“O que a gente vê na cidade de Manaus são muitas reclamações sobre essa questão da Amazonas Energia, sobre os novos medidores. E acho que é importante que a gente dê um basta nisso. Então, eu acho que ninguém melhor para falar que o seu Raydi, da Amazonas Energia, e seu Márcio Brito, para esclarecer para a sociedade o que vem acontecendo”, opinou o vereador ao pedir o apoio dos demais colegas quanto ao assunto.
CPI – O vereador Rodrigo Guedes (PSC) ao ser questionado sobre o assunto pela equipe do Portal O Convergente destacou o arquivamento pela casa legislativa, da CPI para investigar a empresa.
“Foi a única CPI que deu em pizza antes de iniciar. A Câmara protegeu a Amazonas Energia. Porque várias casas legislativas municipais fazem CPI em relação a concessionária de energia elétrica. Porque a CMM não pode? Então a empresa foi protegida na Câmara Municipal de Manaus. Se tivessem instalado a CPI hoje nós teríamos respostas rápidas para a população. Já poderia ter tido muitos avanços nessa fiscalização. Deixamos a empresa fazer o que bem quisesse o resultado está aí”, opinou o parlamentar ao citar o arquivamento da proposta de CPI após parecer da procuradoria da casa.
Defesa – A Amazonas Energia se defendeu das declarações dadas pelo diretor do Ipem e afirma que a falha encontrada nos medidores representa 0,6% do total dos aparelhos vistoriados pelo Instituto ao longo dos últimos anos.
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Por Izabel Guedes
Foto: Robervaldo Rocha / CMM
