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quarta-feira, agosto 13, 2025

Sem informações sobre origem, campanha de Amom Mandel teve mais de R$ 217 mil em recursos próprios

Ao O Convergente, o deputado federal destacou que os recursos saíram ‘do próprio bolso’ e os gastos foram aprovados pela Justiça Eleitoral

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Passadas as eleições municipais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a divulgar o levantamento de recursos, despesas e doações dos candidatos que disputaram o pleito. Entre os nomes do Amazonas, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania), que aparece no ranking dos candidatos que mais utilizaram recursos próprios durante a campanha.

Conforme informações do sistema DivulgaCandContas, Amom ocupa a 47ª posição no ranking geral, que considera todos os candidatos do Brasil. Segundo a plataforma, o parlamentar fez seis aportes de recursos próprios para a campanha, totalizando mais de R$ 217 mil. Em 2024, ele disputou a Prefeitura de Manaus e ficou em terceiro lugar no 1º turno. Mesmo com as informações disponíveis, o levantamento não aponta a origem dos recursos utilizados.

Pesquisa feita em 11/08/2025 via Divulga CandContas

Como deputado federal, Amom Mandel recebe o valor de R$ 46,3 mil por mês. O parlamentar ainda conta com o valor da verba de gabinete e cota parlamentar que, de acordo com o Portal da Câmara dos Deputados, é de R$ 133,1 mil. Com as informações públicas, O Convergente verificou que, no período eleitoral, Amom Mandel gastou R$ 15,4 mil do valor da cota parlamentar.

Pesquisa feita em 11/08/2025 via Câmara dos Deputados

O mês em que o vereador mais apresentou gastos foi no mês de agosto de 2024, chegando a gastar R$ 6,8 mil. Conforme apurou a reportagem, o principal gasto foi com passagens aéreas e, entre os trechos, destaca-se passagens entre Brasília-Manaus.

Pesquisa feita em 11/08/2025 via Câmara dos Deputados

Vale ressaltar que os gastos são disponibilizados no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados. Apesar do levantamento do deputado, não é possível constatar se o mesmo utilizou os recursos do mandato para a campanha eleitoral, uma vez que as informações referentes ao salário do parlamentar não são informações públicas.

Antes do início da campanha, Amom já havia declarado que não utilizaria recursos do fundo eleitoral. “O dinheiro que se paga nos impostos não deveria ir parar nas campanhas políticas de quem tem condições de usar recursos próprios e de quem está disposto a doar”, afirmou à época.

Levantamento de O Convergente aponta que Amom teve, ao todo, R$ 2 milhões disponíveis para a campanha, sendo a maior parte classificada como “outros recursos” — e não oriunda do fundo partidário.

A plataforma também divulga o ranking de doadores da campanha de Amom. Embora ele apareça na lista geral como financiador da própria candidatura, ocupa a 4ª posição entre os maiores doadores individuais de sua campanha. Segundo o sistema, apenas 5,81% do valor total da candidatura veio de recursos próprios.

Pesquisa feita em 11/08/2025 via Divulga CandContas

Vale destacar que, no perfil do candidato no TSE, consta que ele direcionou R$ 117 mil para a própria campanha, valor diferente do indicado no ranking geral. Caso esses dados sejam atualizados no sistema, Amom passaria a ocupar a 2ª posição no ranking de doadores da própria campanha.

Ainda segundo o DivulgaCandContas, as principais despesas da campanha foram: Atividades de militância e mobilização de rua: R$ 560,2 mil; impulsionamento de conteúdo: R$ 370 mil; produção de programas de rádio, televisão ou vídeo: R$ 200 mil.

Pesquisa feita em 11/08/2025 via Divulga CandContas

Outro lado

O Convergente entrou em contato com o deputado Amom Mandel, por meio de assessoria, para buscar posicionamento sobre sua aparição entre os candidatos que mais utilizaram recursos próprios nas eleições municipais, bem como também questionar a origem dos recursos de campanha.

Em resposta à equipe, o deputado ressaltou que o financiamento da campanha nas eleições municipais de 2024 são recursos próprios. Ele ainda destacou que todos os gastos foram declarados e aprovados pela Justiça Eleitoral, seguindo a legalidade.

“A minha campanha foi financiada majoritariamente com doações de pessoas físicas e recursos próprios. Investi R$ 217.700,00 do meu próprio bolso porque acredito que o mandato e a eleição devem ser independentes de interesses de grupos econômicos ou políticos. Todos os gastos foram declarados e aprovados pela Justiça Eleitoral, dentro da lei e com total transparência”, afirmou.

Leia mais: Dossiê: Nepotismo, falta de transparência e aumento salarial, os principais alvos da gestão de Mário Abrahim em Itacoatiara

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