Uma declaração polêmica do senador do Amazonas, Plínio Valério (PSDB), sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM), viralizou nas redes sociais e chamou a atenção. Durante participação em um evento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), o político usou um palavrão ao afirmar que não entende do principal polo econômico do Estado.
O caso aconteceu na última sexta-feira, 13, e gerou críticas ao parlamentar, que foi um dos senadores, ao lado de Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), que foram agraciados com a Medalha do Mérito Comercial do Amazonas, uma honraria concedida pela Fecomércio a autoridades que contribuem com o comércio no Estado e que foi concedida aos políticos pela aprovação da Reforma Tributária.
“Os meus assessores estavam lá, o Omar citou a Ivone, era a minha assessora, estava lá diuturnamente. Eu não estava, porque eu não entendo porra nenhuma de Zona Franca e de tributo”, declarou o senador, no vídeo.
Nas redes sociais, por outro lado, Plínio Valério compartilhou com seguidores sobre a medalha recebida pela Fecomércio e afirmou a defesa da BR-319, da Zona Franca de Manaus e dos direitos da população é uma missão da sua atuação.
“Recebi, nesta sexta-feira, a Medalha do Mérito Comercial do Amazonas da Fecomércio/AM. Um reconhecimento que reforça nossa luta incansável pelo desenvolvimento do estado. A defesa da BR-319, da Zona Franca de Manaus e dos direitos da nossa gente é uma missão que seguimos cumprindo com determinação. Uma medalha que compartilho com cada amazonense. Minha luta é por cada um de vocês!”, publicou Plínio Valério, nas redes sociais.
Outro lado
Em nota ao O Convergente, o senador Plínio Valério afirmou que o trecho de sua declaração foi retirado de contexto. O parlamentar, contudo, pontuou que, ao dizer que não entende profundamente sobre o tema, é importante contar com uma assessoria técnica especializada.
“Esclarecemos que o trecho foi retirado de contexto. Ao afirmar que não entende profundamente sobre o tema, o senador destacou a importância de contar com uma assessora técnica especializada, que o auxilia no acompanhamento das questões tributárias e econômicas da ZFM”, destacou Plínio Valério, em nota.
O político também destacou compromisso com a defesa da ZFM e que tem reforçado, no Senado, a importância do modelo econômico e de combater medidas que comprometem a competividade do polo.
Confira a nota na íntegra:
“Em resposta a interpretações sobre uma fala do senador Plínio Valério (PSDB-AM) a respeito da Zona Franca de Manaus (ZFM), esclarecemos que o trecho foi retirado de contexto. Ao afirmar que não entende profundamente sobre o tema, o senador destacou a importância de contar com uma assessora técnica especializada, que o auxilia no acompanhamento das questões tributárias e econômicas da ZFM.
O compromisso do senador Plínio Valério com a defesa da Zona Franca de Manaus é amplamente comprovado por sua atuação como senador. Desde o início de seu mandato, ele tem utilizado sua voz no Senado para reforçar a importância do modelo econômico e combater medidas que comprometam sua competitividade. Foi relator da Lei de Informática, garantindo investimentos para o setor, e atuou contra iniciativas que poderiam reduzir os incentivos fiscais da ZFM, como o decreto que zerou o IPI na região.
Durante a Reforma Tributária, apesar de discordâncias pontuais, votou favoravelmente à proposta para assegurar a manutenção dos benefícios da Zona Franca. O senador também tem sido uma voz ativa no debate sobre a preservação ambiental, demonstrando que a ZFM é essencial para a conservação da floresta amazônica e para o desenvolvimento socioeconômico do Amazonas.”
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Polêmicas
Esta não é a primeira em que as declarações do senador Plínio Valério viram tema de polêmica. No ano passado, o político também foi alvo de críticas após atacar institutos de pesquisas do Amazonas.
Na ocasião, Plínio afirmou, em tom pejorativo, que “pesquisa e merda é a mesma coisa”, ao citar Amom Mandel, então pré-candidato a prefeito de Manaus, iria sofrer durante o período eleitoral com as pesquisas que seriam divulgadas.
“Não se incomode com a pesquisa, mas se preocupe com o povo. Quem manda na democracia é o povo. Nosso mandato vai prevalecer. Por isso, pesquisa e merda é a mesma coisa”, declarou o senador, em julho do ano passado.