O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou a dissolução do Parlamento francês e a convocação de novas eleições legislativas para o final do mês. A decisão veio após a divulgação das primeiras projeções das eleições para o Parlamento Europeu, que mostram uma considerável vantagem de Marine Le Pen, política populista do partido de extrema-direita National Rally (RN), na França.
De acordo com as pesquisas de boca de urna, o partido de Marine Le Pen obteve 31,5% dos votos, mais que o dobro do partido de Emmanuel Macron, que alcançou 14,5%. Se esses resultados se confirmarem, o National Rally (RN) conquistará 30 das 81 cadeiras destinadas à França no Parlamento Europeu.
“Partidos de ultradireita, que se opuseram nos últimos anos a tantos dos avanços possibilitados pela nossa Europa estão ganhando terreno pelo continente. Não foi um bom resultado para os partidos que defendem a Europa”, disse Macron em seu discurso.
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Macron disse que as eleições para a Câmara ocorrerão em 30 de junho, com um segundo turno previsto para 7 de julho. Analistas consideram essa manobra política de alto risco, já que o clima político agitado pode impactar as Olimpíadas, evento que será sediado em Paris, antes do fim de junho, dia 26.
A inesperada decisão de Macron pode resultar em uma posição de grande vulnerabilidade caso o National Rally (RN), liderado por Le Pen e atualmente favorito, consiga a maioria no Parlamento. O partido, comandado pelo jovem Jordan Bardella, de 28 anos, pode assim consolidar seu poder.
Nesse domingo, eleitores de 21 países da União Europeia, incluindo França e Alemanha, participaram das eleições para o Parlamento Europeu. A expectativa é de que os resultados confirmem o crescimento da influência dos partidos de direita e do sentimento nacionalista na região. Essas eleições desempenharão um papel crucial na determinação das políticas da União Europeia, que enfrenta desafios significativos, como a crescente hostilidade russa, a rivalidade comercial entre China e Estados Unidos, além das questões relacionadas às mudanças climáticas e à imigração.
O processo de votação teve início na quinta-feira (6) na Holanda e estendeu-se até o domingo (9) em diversos países europeus. A maior parte dos votos foi depositada no último dia, com destaque para a França, Alemanha, Polônia, Espanha e Itália.
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Foto: “Os membros debateram as prioridades da presidência francesa com Emmanuel Macron” do Parlamento Europeu está licenciado sob CC BY 2.0.
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