Advogada revela omissão da OAB-SE após ser estuprada por colega de profissão: "fui violada"

Nas redes sociais, a advogada Bruna Hollanda denunciou ter sido estuprada por um colega de profissão. Ainda no relato publicado na última terça-feira (19), ela revelou que a Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB-SE) foi omissa e não prestou assistência. A advogada ainda renunciou ao cargo de conselheira na seccional sergipana da OAB, que ocupava desde 2022.

“Fui estuprada no dia 27 de janeiro por um colega conselheiro da OAB-SE, sócio e amigo pessoal do presidente. Pessoa de quem tinha inteira confiança, colega de conselho excepcional e amigo há mais de 8 anos”, afirmou.

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No vídeo publicado nas redes sociais, ela não mencionou detalhes sobre o ocorrido, mas afirmou que buscou suporte da OAB-SE, porém, não obteve o retorno necessário, o que ela classificou como “terrível tragédia”.

Hollanda ainda afirmou que a instituição estava preocupada em preservar a imagem, e não em ajudá-la. “Fiquei sem chão, na verdade, não queria acreditar no que via. Uma conspiração de poder o uso ostensivo ilegal da OAB para proteger e defender o meu agressor, acusado de estupro e sócio do presidente”, relatou.

Com uma série de acontecimentos e sem assistência, ela decidiu denunciar o caso e renunciar ao cargo quando o inquérito que tinha fotos íntimas da vítima, foi vazado. “Concluo essa leitura dizendo que fui desrespeitada social, pessoal e institucionalmente. Fui violada, eu fui estrupada e eu não tive nenhum apoio e nenhuma garantia de ninguém, a não ser da minha família, das minhas advogadas e dos meus amigos”, finalizou.

Advogada comparada a cadela

O Amazonas também foi cenário de um episódio de violência verbal contra uma mulher no Poder Judiciário. A advogada Catharina Estrella foi ofendida no plenário do Tribunal do Júri, no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, na Capital, em setembro de 2023.

Ela foi comparada pelo promotor de Justiça, Walber Luís do Nascimento, a uma cadela. Em meio a réplica da argumentação, o momento da fala aconteceu, sendo registrado por imagens.

Em vídeo feito por Catharina, o promotor declara, durante o discurso, a seguinte fala “compará-la, Vossa Excelência, a uma cadela, de fato é muito ofensivo, mas não a Vossa Excelência, à cadela”. Em seguida, a advogada pede pela ordem durante a sessão de julgamento.

Após a repercussão das imagens, o promotor foi afastado do cargo e ainda foi aposentado com um salário de R$ 42 mil. No entanto, em janeiro deste ano, o processo disciplinar contra o promotor foi arquivado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), de acordo com o Diário Eletrônico do órgão.

Outro lado

O presidente da OAB-SE, Danniel Costa lamentou a renúncia da advogada Bruna Hollanda e disse que adotou todas as medidas que estavam ao alcance da instituição. A secretária adjunta da OAB-SE Clara Arlene também se pronunciou sobre o assunto e disse que a OAB fez tudo o que estava ao alcance da instituição.

“A OAB adotou todas as medidas que estavam ao seu alcance. Inclusive com a instauração de processo disciplinar e imediato afastamento do conselheiro. No entanto, nada que a ordem fez e ainda fará conseguirá cicatrizar as dores vivenciadas por nossa colega. Reafirmamos à mesma que não lhe faltará o apoio moral psicológico e institucional por parte da nossa casa que permanece à disposição para o emprestar todo o apoio e acolhimento”, disse.

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