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sexta-feira, julho 26, 2024

‘Abin Paralela’: Omar Aziz reúne com Senadores para analisar denúncia de espionagem

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, deu dez dias para que o Congresso apresente informações sobre a regulamentação do uso do sistema pelo poder público de programas que permitam o monitoramento de cidadãos

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A investigação da Polícia Federal sobre a ‘Abin Paralela’, que, segundo a PF, tem Carlos Bolsonaro, vereador pelo Republicanos-RJ, como suspeito de liderar o esquema, revelou que o monitoramento ilegal, comandado pelo ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), seguiu os passos de autoridades durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Conforme reportagem do Jornal da Band, desta sexta-feira (2), a lista de espionados pela Abin através do software ‘First Mile’ aumentou ainda mais. Um dos alvos rastreados foi o Senador Omar Aziz (PSD-AM), que foi Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Covid-19, que investigava as ações do governo e o uso de verbas federais na pandemia.

O Convergente falou com exclusividade com a assessoria de comunicação do representante do Amazonas no Senado Federal. A assessoria comunicou que o senador Omar Aziz aguarda a confirmação da lista oficial de espionados. O parlamentar vai realizar uma reunião remota, neste sábado (3), com outros senadores citados para analisar o caso, e posteriormente se manifestar sobre as providências que serão tomadas.

Além de Omar, Otto Alencar (PSD-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Humberto Costa (PT-SP), Alessandro Vieira (MDB-SE), Renan Calheiros (MDB-AL), Simone Tebet (MDB-MS), Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), também foram rastreados.

“A vida privada, o sigilo pessoal, entre estes, o de correspondência, são direitos fundamentais do indivíduo protegidos pela Constituição. Violá-los é gravíssimo e deve ser rigorosamente apurado”, contou o senador Randolfe Rodrigues.

A Abin espionou também os deputados federais aliados de Bolsonaro que se tornaram divergentes durante seu governo. Entre eles, o presidente do Senado Rodrigo Maia (PSD-RJ), Alexandre Frota (PSL-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP).

“Usar a Abin como órgão de perseguição política é inaceitável e é crime. Os responsáveis precisam ir para a cadeia” disse o deputado Kataguiri.

No levantamento da Polícia Federal, o ‘First Mile’, sob comando de Ramagem, foi usado mais de 60 mil vezes. Os agentes tiveram acesso aos números dos telefones monitorados e não aos nomes das pessoas espionadas.

Nem os governadores João Dória e Camilo Santana, que governaram São Paulo (SP) e Ceará (CE), escaparam da mira da Abin.

Conforme a PF, a espionagem dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes – teve a privacidade violada pelo sistema.

Além dos ministros, aliados próximos de Bolsonaro que entraram na lista estão os ex-ministros Abraham Weintraub (Educação) e Anderson Torres (Justiça), da Secretaria de Governo, e o antecessor dela, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que rompeu com a família do ex-presidente.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, indicado por Lula (PT), deu dez dias para que o Congresso apresente informações sobre a regulamentação do uso do sistema pelo poder público referente a programas que permitam o monitoramento de cidadãos.

Por Ronaldo Menezes
Ilustração: Giulia Reis

Leia mais: ‘Tudo isso vai ser devidamente esclarecido’, diz novo diretor-adjunto da Abin

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