Alvo de investigação da Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por suposto monitoramento ilegal de autoridades, também teria criado um núcleo específico da agência que tentava vincular ministros do Supremo Tribunal Federal à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme apontam as investigações.
De acordo com informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e de relatório da PF, que serviram de embasamento para a Operação Vigilância Aproximada, existia dentro da Abin um núcleo chamado “Operação Portaria 157”. Os servidores que integravam o núcleo e os documentos encontrados pela PF apontam que o objetivo principal era relacionar os nomes dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A descrição inicial da operação seria obter informações de uma ONG, a Anjos da Liberdade, pela “suspeita” de relação com a organização criminosa. Porém, o que chamou a atenção era o peticionamento de uma medida cautelar à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) com reclamações sobre violações de Direitos Humanos no Sistema Penitenciário Federal (SPF).
No entanto, a PF descobriu outras intenções: “A questionável motivação inicial estampada nos instrumentos preliminares não é convergente com o real intento das diligências realizadas na Operação “Portaria 157”. Ao contrário, as ações apresentaram viés político de grave ordem representando mais um evento de instrumentalização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)”, dizem as provas produzidas pela PF.
Informações encontradas pelos agentes federam mostram “anotações cujo conteúdo remete à tentativa de associar deputados federais, bem como exmo. ministro relator Alexandre de Moraes e outros parlamentares à organização criminosa PCC. Não somente o ministro relator, mas também com o exmo. ministro Gilmar Mendes houve a tentativa de vinculação com organização criminosa”, diz documento.
O monitoramento ilegal para fins políticos foi considerado gravíssimo pelo ministro Alexandre de Moraes que autorizou as 21 buscas e apreensões da Operação Vigilância Aproximada. Um dos alvos é policial federal e deputado federal Alexandre Ramagem (PL), por supostas investigações sem autorização judicial ocorreram quando ele era diretor-geral da Abin, entre julho de 2019 e março de 2022.
*Com informações do Metrópoles