33.3 C
Manaus
segunda-feira, julho 8, 2024

Especialista explica como mobilização de auditores fiscais gera impacto na Zona Franca de Manaus

A economista Denise Kassama comentou sobre os riscos de produção do mercado amazonense, em relação à greve dos auditores

Por

Em protesto contra o corte no orçamento da Receita Federal, os auditores fiscais fizeram uma operação especial, que já dá sinais de problemas. Isso porque esse método pode levar ao atraso na liberação de cargas e de voos. O protesto também atinge a Zona Franca de Manaus.

Os auditores protestam pelo “bônus de eficiência”, aprovado em 2016 pelo então governo Dilma. Conforme o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), o corte ocorre em um momento, quando é solicitado ao órgão a promoção do aumento de arrecadação para garantir os recursos do novo arcabouço fiscal.

Por conta disso, as fiscalizações têm baixa amostragem por conta do baixo número de servidores. A mobilização foi intensificada nessa sexta-feira (1), mas não há prazo para que ela seja encerrada.

A mobilização dos auditores deve atingir os setores de tributos internos, como fiscalização, arrecadação, entre outros. Nesses setores, os auditores fazem a operação apagão, em que os equipamentos não são ligados e não há qualquer produção.

O que diz a especialista

Para a economista Denise Kassama, a mobilização dos auditores pode gerar impactos no Polo Industrial de Manaus (PIM). Isso porque é necessário que os auditores façam os respectivos trabalhos, para que os materiais de produção cheguem até Manaus.

“Sempre que se fala numa greve da receita federal, as indústrias aqui do Polo Industrial de Manaus ‘tremem na base’, porque precisam dos auditores pra fazer a fiscalização das cargas que chegam e liberam para as fábricas produzirem”, iniciou. “Quando esse movimento fica muito demorado, acaba impactando nas linhas de produção, porque se não chega matéria-prima, o pessoal não produz”, salientou.

A especialista ainda pontuou que existe um receio das fábricas, quando há mobilização dos auditores, pois a mão de obra das empresas é prejudicada. “Sempre que a receita entra em greve, o maior prejuízo é esse, de não liberar a carga e as empresas terem mão de obra ociosa por conta dessa carga não chegar”, destacou.

Ela ainda comentou que o segundo semestre do ano é o que tem a maior produção, pois as empresas focam em vendas natalinas. Para Kassama, estamos entrando em um “período crítico”, pois é o mês em que circula a maioria das cargas.

“Geralmente, o segundo semestre é o de maior produção, porque foca nas vendas natalinas. Então, se você atrasa a liberação da mercadoria, a linha vai começar a produzir mais tarde, corre risco desses produtos chegarem mais tarde no mercado e até ter problemas como cancelamento de compras por conta desse atraso”, disse.

A economista ainda destacou que o auditor fiscal é um dos cargos que mais recebem no Brasil, atualmente, em torno de R$ 27 mil. “É torcer para que não demore muito”, finalizou em relação à mobilização.

Leia mais: Em discussão sobre reforma tributária no Senado, Wilson Lima fala da importância da Zona Franca para a economia do estado

____

Por Camila Duarte

Revisão textual: Vanessa Santos

 

Fique ligado em nossas redes

Você também pode gostar

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img

Últimos Artigos

- Publicidade -