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sexta-feira, julho 26, 2024

Lula minimiza desencontro com Zelensky em reunião do G7

Em coletiva, Lula disse que a reunião do G7 não foi realizada para tratar sobre a guerra, que há mais de um ano ocorre entre Rússia e Ucrânia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve desde a última sexta-feira, 19/5, participando da reunião do bloco dos países chamado G7, que compreende a Alemanha, Canadá, os Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, para debater condições climáticas, saúde, fome e meio ambiente. O evento foi sediado em Hiroshima, no Japão.

Em coletiva, o mandatário brasileiro falou sobre o desencontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e destacou também que a reunião não foi realizada para tratar sobre a guerra, que há mais de um ano ocorre entre Rússia e Ucrânia.

Lula explicou que o presidente ucraniano se atrasou para a reunião bilateral e depois não apareceu para o encontro com o presidente brasileiro.

“O fato é muito simples, tinha uma bilateral com a Ucrânia aqui neste salão. Nós esperamos e recebemos a informação de que eles tinham atrasado. Enquanto isso, eu recebi o presidente do Vietnã. Quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente teve outro compromisso e não pôde vir aqui. Foi simplesmente isso o que aconteceu”, disse Lula.

Segundo o presidente, Zelensky não havia chegado para a reunião bilateral às 15h15, no horário local. Então, o presidente brasileiro recebeu o presidente do Vietnã, Pham Minh Chinh, por cerca de uma hora. Ao final do encontro com o vietnamita, segundo Lula, o presidente da Ucrânia não apareceu para o encontro.

Lula também minimizou a ausência do encontro a sós com Zelensky pois, segundo Lula, os dois presidentes ouviram o discurso um do outro sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia.

“Eu ouvi atentamente o discurso do Zelensky no encontro. Ele certamente ouviu o meu discurso atentamente no encontro. E eu continuo com a mesma posição que eu estava antes”, continuou Lula. O presidente deu as declarações após a participação na cúpula de líderes do G7, em Hiroshima, no Japão.

O presidente foi questionado sobre a declaração do presidente ucraniano de que Lula teria ficado “desapontado” com a não realização da reunião bilateral.

“Eu não fiquei decepcionado, eu fiquei chateado porque eu gostaria de encontrar com ele e discutir o assunto, por isso que eu marquei com ele aqui no hotel. Apenas isso. Veja, o Zelensky é maior de idade, ele sabe o que faz”, respondeu Lula.

O presidente brasileiro também afirmou que nem o presidente da Ucrânia e nem o presidente da Rússia, Vladimir Putin, querem discutir a paz.

Lula afirmou que está disposto a ir à Ucrânia e à Rússia se encontrar com os líderes dos países para tratar de uma solução para o conflito armado. Mas que pelo que ouviu do assessor para assuntos internacionais da Presidência, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, isso ainda não é possível.

Amorim foi enviado por Lula à Rússia em abril, e à Ucrânia, em 10 de maio, para conversar sobre o conflito entre os dois países.

“Os dois não querem. Eu estou dizendo para você que o Celso Amorim foi lá, foi na Rússia, depois foi na Ucrânia. Ele falou que, por enquanto, eles não querem conversar sobre paz. Se um tem uma proposta que é a rendição do outro, o outro tem a proposta que a rendição do outro. Ou seja, ninguém vai querer se render. Negociação não é rendimento”, afirmou Lula.

O chefe do Executivo brasileiro foi questionado sobre a tentativa de construir um plano de paz para a guerra. Lula afirmou que só é possível pensar em uma solução se Zelensky e Putin se mostrarem dispostos a conversar sobre o assunto.

Lula criticou discurso de Biden

O presidente também disse que a declaração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que a solução para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia passa pela rendição russa não ajuda a resolver o conflito entre os dois países.

“Ontem vocês viram o discurso do Biden, o discurso do Biden que tem que ir para cima do Putin até ele se render, pagar tudo que estragou. Esse discurso não ajuda, na minha opinião”, disse Lula.

O presidente deu o discurso durante uma entrevista coletiva em que fez um balanço sobre sua participação na reunião da cúpula de líderes do G7, em Hiroshima, no Japão. O grupo reúne as maiores economias do mundo, países e entidades internacionais convidadas também participaram da reunião.

De acordo com o presidente do Brasil, o caminho para o fim do conflito armado entre os dois países passa pelo entendimento entre os presidentes das duas nações, com a ajuda da comunidade internacional.

“O que ajuda é o discurso de ‘gente, vamos sentar primeiro? Vamos esfriar a cabeça e vamos conversar? E, às vezes, leva tempo. Leva tempo”, completou Lula.

Papel da ONU na guerra

Lula afirmou também que não foi ao encontro do G7 para discutir a solução da guerra entre Ucrânia e Rússia e que não acha que o assunto deva ser discutido em outros grupos, como o G20.

De acordo com o presidente, o assunto deveria estar sendo discutido com mais força na Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo Lula, o Conselho de Segurança da ONU deveria discutir caminhos para o final do conflito armado. O presidente levantou a possibilidade de antecipar a Assembleia Geral da ONU, historicamente realizada em setembro, para julho em função da discussão sobre a guerra.

Criação do ‘Clube da Paz’

O presidente voltou a sugerir que pretende mobilizar países vistos como independentes no conflito para ajudar na mediação entre Zelensky e Putin. O grupo seria uma espécie de Clube da Paz para a resolução do conflito.

Para isso, segundo Lula, é preciso que os países não tenham tomado posição de um lado nem do outro nesta guerra.

“Eu estou citando alguns países, que eu nem sei se eles querem. Eu estou citando a China, eu estou citando a Indonésia, eu estou citando a Índia, eu estou citando o Brasil. Eu estou citando quatro países que de grandes populações que não estão diretamente envolvidos”, afirmou o presidente.

Lula não se reuniu Zelensky e Biden

Lula e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não tiveram uma reunião bilateral durante a cúpula dos líderes do G7 por “incompatibilidade de agendas”. O presidente ucraniano foi quem pediu o encontro com Lula.

Segundo o governo brasileiro, a possibilidade de uma reunião chegou a ser negociada e uma sala de reunião foi montada para o encontro. No entanto, “por incompatibilidade de agendas”, a reunião não aconteceu.

De acordo com o governo brasileiro, Lula chegou a oferecer mais de um horário, mas a equipe do presidente ucraniano não conseguiu encaixar a reunião na agenda de Zelensky.

Ao ser questionado se ficou decepcionado pelo fato de a reunião não ter acontecido, o presidente ucraniano disse ironicamente que achava que Lula deveria ter ficado decepcionado. Zelensky se reuniu neste domingo (21) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Lula também iria se reunir com o presidente americano, no entanto, segundo o governo brasileiro, Biden queria uma reunião com os chefes de estado da Indonésia, Índia e Brasil, mas não foi possível coordenador as agendas.

Leia mais: Governo lança edital com 5,9 mil vagas para o novo Programa Mais Médicos; mil delas para a Amazônia

 

Da Redação com informações g1

Fotos: Reprodução

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