A prisão temporária de Amarildo da Costa de Oliveira, investigado no caso de desaparecimento do indigenista e servidor público Bruno da Cunha Araújo e do jornalista inglês Dominic Mark Phillips, ocorrido em Atalaia do Norte, foi decretada pela juíza Jacinta Silva dos Santos, titular da Comarca do município na noite desta quinta-feira, 9/6.
A prisão temporária atende ao pedido da delegacia de Polícia Civil em Atalaia do Norte, em procedimento de investigação criminal, instaurado para apurar o desaparecimento do indigenista e do jornalista. O período decretado foi por 30 dias corridos, podendo ser prorrogado por mais 30. Conforme o Juízo da Comarca de Atalaia do Norte, devido a esse processo, que tramita sob Segredo de Justiça, por estar relacionado a crime hediondo, o investigado ficará preso.
Durante a audiência de custódia, Amarildo foi assistido pela Defensoria Pública do Amazonas (DPE/AM), cuja participação ocorreu por videoconferência, assim como o representante do Ministério Público Estadual (MPE/AM). A magistrada e o custodiado participaram presencialmente, na sede do fórum, em Atalaia. A audiência terminou um pouco antes das 20h, horário local, quase 22h no horário de Brasília.
O investigado também é parte em outro processo, este por crimes do Sistema Nacional de Armas (Lei n.º 9.437/1997, que estabelece condições para o registro e o porte de armas de fogo, define crimes e dá outras providências) e, nesse caso específico, após realização de audiência de custódia, foram aplicadas medidas cautelares diversas da prisão.
Resposta Lenta – O Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos pediu nesta sexta-feira, 10/9, ao governo brasileiro que “redobre” os recursos e esforços disponibilizados nas operações de buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira, desaparecidos no Vale do Javari, no Amazonas, desde domingo, 5/6.
A porta-voz da agência da ONU, Ravina Shamdasani, criticou a demora do governo brasileiro para iniciar as buscas e, em resposta aos comentários do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de que a dupla desaparecida fazia uma “aventura”, afirmou que é obrigação do Estado proteger jornalistas e profissionais que trabalham na defesa dos Direitos Humanos.
Shamdasani disse que a agência da ONU está ainda “preocupada com o contexto mais amplo de ataques a defensores dos Direitos Humanos, ambientalistas e jornalistas no Brasil”.
As buscas por Dom Phillips e Bruno Pereira seguem no Vale do Javari. A perícia feita em uma embarcação apreendida encontrou vestígios de sangue, segundo o delegado do município de Atalaia do Norte, Alex Perez Timóteo.
Nesta sexta-feira,10, as amostras serão analisadas para saber se se trata de sangue humano ou animal.
A embarcação foi usada por Amarildo da Costa de Oliveira, 41, suspeito de envolvimento no desaparecimento da dupla.
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Da Redação com informações da assessoria de imprensa e do G1
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