Mesmo com a diminuição dos casos registrados de Covid-19 em Roraima, os deputados da Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) aprovaram nesta terça-feira, 8/3, por 17 votos favoráveis e dois contrários, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 02/2022, que prorroga o reconhecimento de calamidade pública devido à Covid-19 no Estado. O pedido, enviado pelo governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), foi duramente criticado por seus opositores que alegam intensões politicas por trás da medida.
Apenas os deputados Dhiego Coelho (PTC) e Nilton Sindpol (Patriota) foram contra a continuidade do decreto de calamidade, que foi aprovado na casa praticamente por unanimidade entres os parlamentares.
“Quero só fazer uma observação aqui. Quando a deputada Catarina Guerra fez uma colocação de que no governo do Denarium, nas compras feitas pela Covid não teve nenhuma denúncia. Pelo o que eu saiba teve uma denúncia sim, que foi um dos maiores escândalos do Brasil. Quando foi pago antecipado seis milhões de reais para a compra de seis respiradores superfaturados. Esse caso entro na CPI da Saúde, então existiu denuncia sim, desde o início da pandemia”, relembrou o parlamentar ao afirmar que mantinha o seu posicionamento contrário ao projeto do Executivo.
Conforme os adversários de Denarium, no meio político o governador não tem oposição na casa legislativa e também tem o apoio do atual presidente da Ale-RR, deputado Soldado Sampaio (PCdoB), o que segundo eles “favoreceu” a aprovação do projeto.
Situação – Durante a sessão, o restante dos parlamentares defenderam a continuidade na situação de calamidade pública alegando que a medida não necessariamente precisa está vinculada ao aumento de casos da doença. Isso porque segundo eles, a medida se faz necessária até para tentar minimizar os impactos econômicos já causados no decorrer dos anos que a pandemia vem sendo vivenciada.
Um dos parlamentares mais incisivos na defesa do decreto foi o deputado Renan Filho (Republicanos), que é favorável ao Governo de Denarium. De forma inusitada, utilizando palavras de baixo calão, o parlamentar defendeu a aprovação da prorrogação do estado de calamidade pública.
“Nosso estado está f***. Desculpa o termo, desculpa o termo, não queria ter falado. A calamidade pública já vem há quase três anos, literalmente acabando com nosso estado com relação à Saúde. Eu fui em todos os hospitais do estado e a calamidade se eu pudesse aprovar, aprovava por mais dez anos. Eu acho que essa Casa, por questão de justiça tinha que aprovar de seis em seis meses uma calamidade pública e depois mandar a conta para o Governo Federal pagar”, disse o parlamentar.
Já o deputado Soldado Sampaio destacou, em seu pronunciamento, que quem tentava barrar a provação do decreto de calamidade no estado não tinha respeito e compromisso com os necessitados.
“Só quem não respeita as pessoas e nem tem compromisso com os necessitados quer barrar a calamidade. Precisamos de mutirões de cirurgias, contratações e ajudar quem não tem condições financeiras de pagar contas de água e luz. Vamos causar caos na economia do estado se não fosse aprovado e tínhamos que ter clareza e responsabilidade” informou o presidente da Assembleia, deputado Soldado Sampaio ao defender o projeto.
O parlamentar afirmou ainda que a casa não poderia ignorar a situação e seguir o discurso político da oposição. “Eles querem quanto pior, melhor. A oposição não tem compromisso com os mais pobres. Temos conhecimento pleno dessa matéria e estávamos prontos para votar. O governo do Estado fora a saúde fez apenas duas ou três compras usando a calamidade. Pelo contrário, só usou no que foi extremamente necessário e nada mais”, afirmou.
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Da Redação
Foto: Divulgação