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domingo, maio 19, 2024

Coaf identifica operação suspeita de R$ 532 mil em conta de ex-esposa de Bolsonaro

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou ao menos dois depósitos em espécie que totalizaram R$ 532,2 mil na conta da advogada Ana Cristina Valle, segunda esposa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou ao menos dois depósitos em espécie que totalizaram R$ 532,2 mil na conta da advogada Ana Cristina Valle, segunda esposa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As operações coincidem com as datas em que ela vendeu um conjunto de cinco terrenos, em 2011. As informações são da colunista Juliana Dal Piva, do UOL.

As escrituras da venda dos terrenos mostram que os valores do negócio foram, inclusive, superiores a esse montante em dinheiro vivo verificado nos depósitos. Ana Cristina é investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) junto com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) pelo período em que foi chefe de gabinete do ex-enteado, entre 2001 a 2008.

A Promotoria de Investigação Penal apura a existência de um esquema de rachadinha, quando o parlamentar confisca dinheiro dos funcionários, e a nomeação de “funcionários fantasmas” no gabinete do filho “02” do presidente da República.

No pedido de quebra de sigilo bancário, os promotores do MPRJ informaram que o Coaf produziu relatórios a partir da identificação de duas movimentações suspeitas.

O MP registrou ainda, no pedido de quebra de sigilo, que o Coaf apontou informações de que a conta de Ana Cristina tem “movimentação acima da capacidade financeira cadastrada”, bem como “movimentação atípica e incompatível com os dados cadastrais”. Para os promotores, as transferências atípicas podem “configurar a existência de indícios do crime de lavagem de dinheiro”.

Movimentação – A primeira movimentação suspeita foi um depósito de R$ 191,1 mil em dinheiro vivo feito pela própria Ana Cristina em uma conta dela no dia 18 de março de 2011. Neste mesmo dia, a advogada registrou no 2º Ofício de Notas de Resende (RJ) a venda de um terreno de 3 mil metros quadrados com uma pequena construção.

Na escritura da venda, Ana Cristina declarou que a venda saiu por R$ 1,15 milhão. Desse total, foi descrito que a advogada “declarou haver recebido da seguinte forma: R$ 850 mil em moeda corrente e legal do país” e ainda um apartamento no valor de R$ 300 mil. Os compradores foram duas empresas: Alambari Empreendimentos e Participações Ltda e Petrili Administração Patrimonial Ltda.

A segunda movimentação suspeita de Ana Cristina foi um novo depósito de dinheiro vivo no valor de R$ 341,1 mil feito no dia 6 de julho de 2011. Na mesma data, Ana Cristina registrou em cartório outra venda de um conjunto de quatro terrenos que somados dão quase 5 mil metros quadrados e custaram um total de R$ 700 mil.

Na escritura, a ex-esposa de Bolsonaro declarou que recebeu um cheque de R$ 670 mil e outros R$ 30 mil em “moeda corrente e legal do país”. O comprador foi novamente a Alambari Empreendimentos.

Os cinco terrenos tinham sido comprados anteriormente por Ana Cristina no período da união com Jair Bolsonaro e quando ela era chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro. As aquisições ocorreram ao longo do ano de 2006 e saíram, no que foi declarado em cartório, a apenas R$ 160 mil. Os terrenos, porém, tinham sido avaliados pela prefeitura de Resende para cálculo de ITBI por um total de R$ 743,6 mil, quase cinco vezes o valor que foi pago.

Quando o casal se separou, Ana Cristina ficou com a maioria dos bens do casal, o que incluiu esses cinco terrenos. Assim, ao revender por R$ 1,9 milhão, ela teve um lucro de 1.100%.

Respostas – Procurada pela reportagem do UOL, a representante da Alambari no negócio, Hérica Gonçalves, disse que a “Alambari não foi a única pagadora, pois houve outros compradores e não coube à Alambari pagar o valor total da compra”. Também informou que a “escritura fala em pagamento em moeda corrente (real), mas não especifica o meio de pagamento, de forma que não se pode concluir que teria havido pagamento em espécie”.

Hérica informou que a Alambari desembolsou um quarto do total pago para Ana Cristina no negócio. Sobre o depósito em espécie disse que não sabia. “Nada foi pago em espécie (da parte da Alambari). Quanto a entrada na conta dela, não posso lhe falar”, completou.
A outra empresa envolvida nos negócios, Petrili Administração Patrimonial, não retornou aos contatos.

O advogado Magnum Cardoso, que atua na defesa de Ana Cristina, disse que “com relação aos questionamentos não vamos nos manifestar”.

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Com informações portal Metrópoles

Foto: Divulgação

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