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segunda-feira, maio 20, 2024

PF faz buscas contra Salles e Ministério do Meio Ambiente por irregularidades na exportação de madeira

Cerca de 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo e no Pará. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

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A Polícia Federal faz buscas na manhã desta quarta, 19/5, em endereços ligados ao ministro Ricardo Salles, ao presidente do Ibama, Eduardo Bim, e ao Ministério do Meio Ambiente, no âmbito da “Operação Akuanduba”, que investiga crimes contra a administração pública – corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando – supostamente praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.

Por volta das 7h30, três agentes da Polícia Federal deixaram a sede do ministério carregando malotes. Duas viaturas da corporação seguem em frente ao prédio da pasta. Cerca de 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão no endereço funcional em Brasília (DF), em São Paulo e também no gabinete que ele montou no Pará.  As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Alexandre também determinou o afastamento preventivo de dez agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente – entre eles Eduardo Bim. O ministro ainda decretou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Salles e servidores investigados.

Confira galeria:

Além de Eduardo Bim, outros nove servidores do Ibama foram afastados de seus cargos:

  • Leopoldo Penteado Butkiewicz, assessor especial do gabinete do ministro do meio ambiente;
  • Wagner Tadeu Matiota, superintendente de apurações de infrações ambientais;
    Olímpio Ferrera Magalhães, diretor de proteção ambiental;
  • João Pessoa Riograndense Moreira Júnior, diretor de uso sustentável da biodiversidade e florestas;
  • Rafael Freire de Macedo, coordenador-geral de monitoramento do uso da biodiversidade e comércio exterior;
  • Leslie Nelson Jardim Tavares, coordenador de operações de fiscalização;
  • André Heleno Azevedo Silveira, coordenador de inteligência de fiscalização;
    Artur Vallinoto Bastos, analista ambiental;
  • Olivaldi Alves Azevedo Borges, secretário adjunto da secretaria de biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente;

De acordo com a Polícia Federal, as apurações tiveram início em janeiro deste ano “a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras noticiando possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira”.

Além disso, o ministro suspendeu um despacho assinado pelo presidente do Ibama, em fevereiro de 2020, que trata da autorização de exportação de madeiras. O despacho 7036900/2020 já havia sido questionado na Justiça por organizações de defesa ao meio ambiente, que alegavam que na prática, o documento “liberou a exportação de madeira nativa sem fiscalização a pedido de madeireiras”.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações tiveram início em janeiro deste ano ‘a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras noticiando possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira’.

Akuanduba – A corporação informou que o nome da ofensiva, Akuanduba, faz referência a ‘uma divindade da mitologia dos índios Araras, que habitam o estado do Pará’.

“Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem”, registrou a PF em nota.

A reportagem tentou falar diretamente com Salles, que não atendeu às ligações.

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Com informações O Estado de S.Paulo

Fotos: Divulgação

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