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quarta-feira, dezembro 18, 2024

Prefeito sem mandato a partir de 2025, Anderson Souza é reeleito presidente da AAM

Anderson Souza foi aclamado presidente, mesmo deixando o cargo de prefeito de Rio Preto da Eva em dezembro deste ano

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O prefeito de Rio Preto da Eva (a 79 quilômetros de Manaus) sem mandato a partir de 2025, Anderson Souza (UB) foi reeleito presidente da Associação Amazonense dos Municípios do Amazonas (AAM). Ao lado do prefeito de Tefé, Nicson Marreira (UB), escolhido como vice-presidente, a nova diretoria da entidade foi eleita nessa quinta-feira, 12, em Manaus.

Ao todo, 40 prefeitos participaram do pleito. Anderson Souza e Nicson Marreira, que também foi reeleito prefeito de Tefé nas eleições municipais de 6 de outubro deste ano, vão presidir a associação pelos próximos quatro anos.

Chama a atenção, contudo, o fato de Anderson Souza não ser mais prefeito de um município amazonense a partir do ano que vem, já que não pôde concorrer a cargo eletivo por já estar no segundo mandato consecutivo.

Na AAM, Anderson Souza foi aclamado presidente em 2022 para assumir a gestão da organização no biênio 2023-2024. O prefeito ficou no lugar do também prefeito Jair Souto, de Manaquiri.

Chapa eleita

As novas eleições aclamaram nomes para o Conselho Diretor, Conselho Fiscal e Vice-Presidentes Regionais. Além de Anderson Souza e Nicson Marreira, a AAM elegeu ainda os prefeitos de Alvarães, Lucenildo Macedo (UB) – 1º secretário; de Nhamundá, Marina Pandolfo (UB) – 2ª secretária; de Guajará, Ordean Silva (Progressistas) – 1º Tesoureiro; e de Boa Vista do Ramos, Eraldo Trindade (PSC) – 2º Tesoureiro.

Entre os membros do Conselho Fiscal eleitos, estão Andreson Cavalcante (Autazes); Gamaliel Andrade (Tapauá); Paulino Grana (Silves); Denise Lima (Itapiranga); Antônio Santos (Codajás); e Renato Afonso (Pauini).

Já como vice-presidentes regionais, estão: Bi Garcia (Parintins), pelo Baixo Amazonas; Claudenor Pontes (Urucurituba), pelo Médio Solimões; Augusto Ferraz (Iranduba), pelo Rio Negro/Solimões; José Ribamar (Santa Isabel do Rio Negro), pelo Alto Rio Negro.

Foram eleitos, também: Lúcio Flávio (Manicoré), pelo Rio Madeira; Bruno Ramalho (Carauari), pelo Rio Juruá; Gean Barros (Lábrea), pelo Rio Purus; Edir Castelo Branco (Maraã), pelo Triângulo; e David Bemerguy (Benjamin Constant), pelo Alto Solimões.

Edital

O Edital de Convocação da Assembleia Geral, n° 3735, foi publicado no Diário Oficial dos Municípios do Amazonas no dia 11 de novembro de 2024, convocando todos os prefeitos associados para participarem do processo eleitoral.

De acordo com o Estatuto da AAM de 2020, cujo documento O Convergente obteve acesso, os cargos são eletivos e serão exercidos sem remuneração. Ainda segundo o estatuto, mesmo sem mandato, ex-prefeitos também poderiam concorrer ao pleito ao lado de prefeitos reeleitos.

O Estatuto veda somente que prefeitos e ex-prefeitos a concorrerem aos cargos eletivos do Conselho Diretor da AAM quando estiverem impedidos do exercício de seus direitos civis e políticos, forem condenados por órgão colegiado, por decisão transitada em julgado em processo de irregularidades na gestão de recursos públicos, e, ainda, que tenham sido alvos de cassação de mandato e de inelegibilidade de mandato.

Prefeitos ou ex-prefeitos com as contas rejeitadas por irregularidade insanável também ficam impedidos de concorrer à eleição da presidência da Associação.

Histórico

Um prefeito que já foi preso, alvo de investigações e que já realizou diversos contratos milionários, Anderson Souza teve uma gestão conturbada à frente da Prefeitura de Rio Preto da Eva, cujo município possui 0,611 de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo a 33º economia do Amazonas.

A prisão do gestor aconteceu em 2023. Anderson Sousa foi alvo de uma operação da Polícia Federal, onde foi preso por porte ilegal de arma.

O prefeito do município foi um dos alvos da Operação Emergência 192 da PF, em que os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão. A ação combateu crimes desvios de recursos públicos e fraude à licitação em contratos firmado pela Prefeitura do município, relacionados à compra de medicamentos hospitalares e uma ambulância, no ano de 2020.

Em junho deste ano, O Convergente produziu um dossiê dos municípios do Amazonas, e destacou escândalos envolvendo o prefeito entre 2021-2023, que vão de polêmicas na pandemia até à investigação da PF. Confira aqui.

Veja também: Mesmo sem mandato a partir de 2025, Anderson Souza tenta reeleição na AAM

Já  o prefeito de Tefé, Nicson Marreira já foi alvo de denúncia no Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), através da Promotoria de Justiça da 9ª Zona Eleitoral, que ingressou com uma representação contra o gestor por prática de propaganda eleitoral antecipada em 2024.

Em 2023, o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) também condenou o prefeito Nicson Marreira Lima a pagar uma multa de quase R$ 14 mil pela prática de nopotismo na administração municipal.

A denúncia foi feita pelo Ministério Público Estadual (MP-AM). Segundo o órgão ministerial, prefeito estaria contratando os próprios parentes, entre eles, sua esposa, sobrinha e sogro para assumirem cargos de confiança sem a devida qualificação exigida.

Outro lado

O Convergente entrou em contato com o prefeito Anderson Souza e solicitou um posicionamento sobre as eleições. A reportagem questionou do gestor quais as metas e objetivos dele na nova gestão, mesmo sem mandato na administração municipal de Rio Preto da Eva.

A redação entrou encontrar o contato do prefeito Nicson Marreira, mas não obteve sucesso. Por outro lado, O Convergente enviou e-mail para a Prefeitura Municipal, solicitando posicionamento do gestor sobre o pleito da Associação.

Até a publicação da matéria, O Convergente não obteve retorno de ambos os gestores.

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