O Governo do Acre foi alvo de mais uma investigação da Polícia Federal (PF), nessa quarta-feira (11). Desta vez, a operação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU) apurou possíveis crimes que teriam causado prejuízos de R$ 7 milhões aos cofres públicos. O governador do Acre, Gladson Cameli, se manifestou afirmando que os supostos crimes teriam sido cometidos na gestão anterior.
De acordo com a PF, a operação tem objetivo de investigar supostos crimes envolvendo empresa da área de construção civil e ex-funcionários da Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo do Acre (SEHURB).
Horas após a operação da PF, o governador do Acre, Gladson Cameli, defendeu a realização da operação. No entanto, ele comentou que os alvos de investigação eram contratos da gestão anterior.
“A informação que eu tive é que trata-se de contrato da gestão anterior. Nós apoiamos qualquer investigação e as instituições do governo estão abertas e transparentes”, afirmou em entrevista para a imprensa local.
A investigação foi iniciada a partir de evidências obtidas durante a deflagração da Operação Fata Morgana, que indicaram o direcionamento indevido de concorrências da SEHURB em favor da empresa vencedora dos certames.
Foram mobilizados policiais federais e auditores da CGU nos Estados do Acre, Amazonas e São Paulo para o cumprimento oito mandados de busca e apreensão e um mandado de cautelar de suspensão do direito de participar de licitações, todos expedidos pela Justiça Federal no Acre.
O material apreendido nas buscas será submetido à análise da equipe policial e a perícia criminal, oportunidade na qual podem surgir novos fatos de interesse para a investigação.
Em razão dos fatos apurados, os investigados poderão responder judicialmente pelos crimes de associação a organização criminosa, corrupção e frustração do caráter competitivo de licitação, entre outros delitos acessórios, cujas penas somadas podem atingir 28 anos de prisão.
Outro lado
Em nota, o Governo do Acre afirmou que preza pela transparência das informações e presta os esclarecimentos aos órgãos de controle, “para que não pairem dúvidas sobre os atos praticados em licitações e outros serviços executados no âmbito da secretaria”.
“O Estado do Acre, como já manifestado em ocasiões anteriores, colabora com as investigações e continuará atuando com transparência, colocando documentos e informações necessárias à disposição da Justiça”, diz um trecho da nota.
*Da Redação com informações da PF
Leia mais: PGR aponta inconstitucionalidade em leis do Acre sobre licenciamento ambiental