A Operação Ghost Mask, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 1º, para investigar desvio de recursos públicos no Acre, também teve como alvo o empresário de João Moacir Pereira Filho, proprietário da Sudu Tecnologia Educacional, em Manaus.
A investigação apura fraude em processo licitatório para a compra de 500 mil máscaras cirúrgicas descartáveis destinadas ao combate à Covid-19, no âmbito da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).
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João Filho é sócio-administrador da Sudu, uma empresa de tecnologia educacional. O estabelecimento tem sede no bairro Nossa Senhora das Graças, onde agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão na manhã de hoje.
Além da sede da empresa, a PF também cumpriu mandados em dois condomínios de luxo de Manaus, o Turim, no bairro Ponta Negra, Zona Oeste, e no Terezina 275, no bairro Adrianópolis, na Zona Centro-Sul.
CNPJ
A Sudu Tecnologia Educacional, de CNPJ 34.049.028/0001-35, foi aberta em 27 de junho de 2019 e tem atividade econômica principal a edição de livros, segundo o site da Receita Federal. A empresa tem R$ 5 milhões de capital social, ainda de acordo com o site.
Entenda
Ao todo, a PF cumpriu nesta terça-feira, 1º, seis mandados de busca e apreensão em Manaus (AM), Rio Branco (AC) e em São Paulo (SP). Os mandados judiciais foram expedidos pela 3ª Vara Federal Cível e Criminal da Justiça Federal.
Segundo as informações da PF, a investigação identificou conluio entre grupo de empresários e servidores públicos estaduais, os quais, por meio da combinação de preços, teriam direcionado ilegalmente a licitação para a empresa vencedora do certame.
A investigação também mostra que, além da fraude ao caráter competitivo da licitação e da lavagem de dinheiro, há suspeitas de que a maior parte das 500 mil máscaras não foram entregues ao Estado do Acre o que, calculando para os valores atuais, o prejuízo aos cofres públicos ultrapassaria a marca de R$ 2 milhões.
Justiça
Os investigados devem responder na Justiça pelos crimes de falsidade ideológica, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro.
Outro lado
O Convergente entrou em contato com a empresa, por meio do e-mail disponibilizado no site da Receita Federal, solicitando um posicionamento sobre a operação da Polícia Federal. Até a publicação da matéria, sem retorno. A reportagem segue com espaço aberto para manifestações.