Com exclusividade para O Convergente, a chapa que deve disputar o pleito para a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, no Acre, Jéssica Sales (MDB) e João Tota Filho (PSD) comentou sobre o que os motivou a entrar na corrida eleitoral. Um dos pontos em comum citados por eles foi a assistência à população, especialmente os ribeirinhos.
À equipe de reportagem, a ex-deputada federal e atual pré-candidata Jéssica Sales afirmou que passou dois anos fora da política e se dedicando à medicina, porém recebeu uma missão para estar no pleito.
“O chamamento veio de Deus, tenho certeza de que isso é uma missão e eu tenho que servir, tanto na área médica quanto na política. Durante todos esses anos, vendo meu pai trabalhando com a população mais humilde, mais carente e que mais sofre, além da minha mãe, eu provei isso durante os meus oito anos de mandato como deputada federal. Todo recurso que eu conquistava, independente de partido, eu sempre visava que a população estava ganhando aquele recurso, eu sabia que a população é quem estava ganhando”, comentou.
A pré-candidata pontuou que tem como missão servir as pessoas e ajudar o próximo. Com isso, observou os problemas enfrentados pela população que reside nos rios, conhecidos como ribeirinhos, e passou a fazer reuniões para ouvir os problemas durante o período de pré-campanha.
“Tenho recebido muitas mensagens positivas, espontaneamente, nada forçado. As pessoas estão aderindo às nossas reuniões […]. Tive essa comunicação com pessoas, até no meu mandato como deputada federal. Sempre fiz reuniões porque eu sabia que as pessoas que moram nessas regiões [rios] é que estão sentindo […]. Nada mais justo do que trazer essa população para discutir o plano de governo porque elas sabem o que passam”, afirmou.
Além de ajudar esse nicho, ela ainda comentou que um dos objetivos é também acabar com o desperdício de dinheiro público e citou funcionários fantasmas que recebem pela prefeitura, apesar de não comparecerem no local.
“Ajudar o próximo e, principalmente, acabar com esse desperdício de dinheiro público, muitas pessoas ganhando sem trabalhar, que não diminuem a dor em nenhum grau de quem realmente está precisando. Esse é meu objetivo, trabalhar pelos nossos trabalhadores”, destacou.
Ao comentar sobre a escolha do vice, ela revelou ao O Convergente que não pretendia escolher Tota Filho, mas uma conversa mudou o rumo. “A escolha do João, nem ele esperava, foi pego de surpresa. No dia em que fui para dar a notícia de que ele não seria meu vice […], eu estava esperando o sinal de Deus e, quando fui, conversamos e veio um pensamento na minha cabeça […] e era ele”, disse.
Perspectiva
Ao O Convergente, João Tota Filho, conhecido como Tota Filho, comentou que possui o DNA da política. Filho de um casal de políticos conhecidos em Cruzeiro do Sul, o pré-candidato a vice afirmou que passou alguns anos focado na advocacia, mas percebeu que era hora de atuar na política partidária.
“Eu nasci dentro da política. Meu pai [João Tota] foi prefeito de Cruzeiro do Sul durante 10 anos e deputado federal por dois mandatos, minha mãe [Maria das Vitórias] foi uma excelente deputada estadual com quatro mandatos e eu já tenho esse DNA da política […]. Tentei por esses anos até segurar esse lado político, pois estava focado no meu escritório e, por um tempo, tentei barrar porque política e advocacia não combinam […]. Embora não militasse na política partidária, tive uma atuação na política institucional, onde fui fundador e presidente da subseção da OAB de Juruá”, comentou.
Tota Filho pontuou que também recebeu um chamado para estar na disputa ao pleito e disse que enxerga que a população de Cruzeiro do Sul está carente de políticas públicas.
“Vejo nossa população muito carente. Esse chamado que a Jéssica recebeu não foi somente para ela, também serviu para mim, porque vejo nosso povo desassistido, precisando voltar a sonhar com dias melhores, com políticas que tenham ações e atendam suas demandas”, disse.
Com uma carreira consolidada na advocacia, sendo conselheiro federal da OAB, Tota Filho ressaltou que deve à cidade de Cruzeiro do Sul por ter tido a oportunidade de construir uma carreira como advogado. “Se eu cheguei ao ápice da advocacia dentro da instituição, devo muito a Cruzeiro do Sul, porque foi o povo daqui que me deu a oportunidade […]. Filho de político sofre um pouco, mas também dá oportunidade de você ter contato com outros segmentos”, alegou.
O pré-candidato a vice ainda destacou que é necessário buscar alternativas para os atuais problemas enfrentados no município e deixar de lado o favorecimento político.
“Precisamos achar alternativas para alguns problemas que temos em Cruzeiro do Sul. A prefeitura não é só para dar emprego para as pessoas ligadas à coligação A ou B, a prefeitura tem que trabalhar. Não vejo, nesses 4 anos, enfrentamento sério a esses problemas em Cruzeiro do Sul. Muito pelo contrário, vi acomodação e a população tem sentido isso. O maior problema que temos que enfrentar aqui em Cruzeiro do Sul é essa falta de perspectiva. A população tem que voltar a sonhar com dias melhores”, pontuou.
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Por Camila Duarte
Ilustração: Marcus Reis
Revisão: Letícia Barbosa
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