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sexta-feira, outubro 18, 2024

“Os poderes são harmônicos, mas o parlamento não pode ser um puxadinho”, diz vereador Diego Afonso durante programa Debate Político

O vereador de Manaus foi o convidado da semana na nova temporada do programa Debate Político, apresentado pela CEO da empresa Érica Lima Barbosa

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No episódio da nova temporada do programa “Debate Político”, O Convergente recebeu, nesta terça-feira (27), o vereador Diego Afonso (União Brasil), que falou sobre os anos de mandato, ações políticas, além do cenário para o pleito deste ano. O programa é apresentado pela CEO da empresa, Érica Lima Barbosa, e exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.

Atual presidente do diretório do União Brasil em Manaus, o vereador Diego Afonso comentou sobre a importância do partido no Amazonas, além da liderança do governador Wilson Lima, que é presidente estadual da sigla. O parlamentar ainda deu detalhes sobre como o partido está se preparando para o pleito deste ano.

“O União já nasceu grande, de duas grandes siglas, e com a vinda do governador Wilson Lima, ficou muito mais fácil de se trabalhar. O governador sempre foi uma liderança de diálogo, de escutar as diversas lideranças que hoje o União Brasil tem em todo o estado do Amazonas […] O governador instalou 33 diretórios e 33 prefeituráveis. Então, a meta do governador Wilson Lima para esse pleito é muito ousada e passa pelo diretório municipal de Manaus, 2024 é uma eleição muito importante para o cenário político futuro da cidade de Manaus”, comentou.

Diego Afonso é de uma tradicional família política do interior do Amazonas. Filho do deputado estadual Adjunto Afonso (UB), possui anos de experiência na política, além de atuar como empresário. Durante o programa, ele afirmou que política é fazer uma missão, o qual você se dá conta ao decorrer do processo.

“Apesar da minha família ter uma tradição política no sul do Amazonas […], minha primeira eleição foi há 12 anos atrás em que eu disputei logo após que eu saí da faculdade de direito e a gente já começa a ver uma aptidão […]. Eu digo que política é uma missão, é um dom de uma pessoa de representar aquele segmento, mas durante a sua caminhada você vê que é uma missão mesmo”, afirmou.

Mandato

No último ano, o vereador teve destaque ao presidir a CPI da Águas de Manaus, que culminou na isenção ou redução de tarifas de esgoto para a população de Manaus. De acordo com ele, o mandato que está prestes a finalizar na Câmara Municipal foi de grande experiência.

“Tudo o que eu aprendi na gestão eu trouxe para o meu mandato. E aí, são números. Esse meu mandato que estou exercendo foi um dos que me trouxe muita experiência: presidi uma grande sigla, presidi CPI, criei a frente de recuperação econômica após a Covid. Nosso mandato conseguiu capitanear mais de 19 emendas para Manaus”, pontuou durante o Debate Político.

Produção

O Convergente realizou um levantamento sobre a produtividade dos vereadores da CMM no período de 2021-2023. Questionado pela apresentadora, o vereador afirmou que prefere prezar pela qualidade do projeto de lei do que pela quantidade.

“Não nasce nenhum projeto de lei se não for o anseio daquele segmento que a gente defende […] Eu sou de qualidade, eu não quero ter um número expressivo se não for refletir na ponta, se eu não puder cobrar do Executivo […], assim a gente produz de forma legislativa, mas que tenha efeito”, justificou.

Diego Afonso ainda comentou sobre a polêmica do projeto de lei que proibia o uso de mochilas para entregadores de delivery. Ao Debate Político, ele afirmou que houve um descuido por parte da equipe e que o PL não deveria ser apresentado antes de haver um diálogo com a classe.

“Sou de uma produção parlamentar qualitativa, eu sempre não produzo nada da minha cabeça ou da minha equipe. Às vezes acontece descuido, recentemente uma questão da regulamentação da bag do delivery, a gente discutiu pouco com a equipe e a equipe apresentou, quando eu vi no plenário eu mandei retirar, eu não apresento nada que não for discutido com a categoria. Eu jamais vou votar contra qualquer segmento econômico”, explicou.

Entre um dos projetos de lei que foi apresentado pelo vereador está o do vale transporte para desempregados. O parlamentar afirmou que o texto foi aprovado e está na 5ª Comissão da CMM, mas ainda será analisado.

“O projeto está, eu acho, em uma das últimas comissões. O projeto foi aprovado até a 5ª e precisa do presidente desarquivar ou eu reapresentar a emenda que fizeram. Segundo o presidente da Comissão de Finanças, tem um impacto econômico e isso interfere na arrecadação do município e do Sinetram”, disse.

Ao comentar sobre o processo de análise, o vereador afirmou que o PL sobre o vale transporte foi um projeto que foi criado na Frente de Recuperação Econômica, dirigida por ele, mas que às vezes é necessário vontade da base governista para a aprovação.

“As vezes é a força de vontade da base governista, do prefeito. Não adianta só a gente legislar, trazer um clamor da população. Isso foi um projeto que nasceu na Frente de Recuperação Econômica, a gente dando sinais em vários segmentos da economia voltando”, afirmou no Debate Político.

Avaliação de presidências

A apresentadora Érica Lima Barbosa também questionou o vereador sobre as presidências da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Ao falar sobre a gestão do vereador David Reis (Avante), o parlamentar deu a nota zero para a presidência do colega de Casa, a qual ele também foi vice-presidente da Mesa Diretora.

“David [Reis] foi uma união nossa em que todos os vereadores acreditavam, porque ele tinha chancela do Executivo. Mas, eu dou nota zero para ele, inclusive me julgo, pois fiz parte da Mesa, fui vice-presidente. Mas, tudo hoje que aconteceu com a máquina do Parl

amento e, principalmente, na vontade dele de legislar, a gente percebe que ele não tem”, avaliou.

Sobre a gestão do vereador Caio André (União Brasil), o vereador ressaltou que a CMM conseguiu se tornar independente. “O Caio [André] pegou uma administração com esse ponto, com gargalo econômico, com déficit orçamentário […] Acredito nessa independência que hoje o Legislativo vive, acho que hoje o Caio vem demonstrando muita ousadia no quesito transparência, no quesito de escutar os colegas. Eu não faço parte da Mesa, mas em todas as decisões ele conversa com os vereadores que elegeram ele. Isso para mim já é um ponto positivo, não dou nota 10, mas dou nota 8”, comentou.

“Ele fez o que estávamos querendo, que era a independência do poder Parlamentar. Sabemos que os Poderes são harmônicos, mas o Parlamento não pode ser um puxadinho, na qual a gestão que eu comentei virou. Não tinha independência e fazia tudo o que o chefe do Executivo queria e sem sequer ser consultado”, continuou.

Jogo das Cartas

No tradicional ‘Jogo das Cartas’ do Debate Político, o vereador sorteou algumas figuras importantes que devem aparecer no pleito 2024. O primeiro foi o ex-candidato ao Senado Coronel Alfredo Menezes (PL) que, para o vereador, não fez grandes feitos a frente da Suframa, quando presidiu o órgão.

Diego Afonso ainda comentou que, caso Coronel Menezes lance a pré-candidatura e venha a concorrer como candidato a prefeito, é necessário que a candidatura seja sólida e com a direita unida.

“A gente avalia o que ele produziu na Suframa. A gente percebe que não teve grandes feitos, eu sempre vou discutir gestão […] Não vimos crescimento no Polo Industrial na sua gestão, o que vemos é uma problemática que ele tem, inclusive, de aglutinar a direita e isso é um ponto que ele precisa melhorar, direita e extrema-direita. Se tiver uma candidatura, que seja sólida, mas da direita unida”, disse.

Ao falar sobre o prefeito David Almeida (Avante), o parlamentar que é oposição enfatizou que não vê grandes resultados na gestão do atual prefeito de Manaus. “O que eu aponto sempre na Câmara é a gestão pífia que ele vem conduzindo. A gente vê os resultados muito tímidos, quando se tenta, a todo e qualquer custo um empréstimo”, afirmou ao comentar sobre o empréstimo autorizado pela CMM no fim do ano de 2023.

Sobre o deputado federal Amom Mandel (Cidadania), o vereador destacou que o jovem é um bom político, mas que precisa ter mais maturidade política. “Acho que isso não é uma responsabilidade com o eleitor, ele realmente precisa avaliar muito bem isso. Pela pouca experiência que eu tenho, o eleitor não vai entender ele largar mais um mandato na Câmara Federal para tentar. Acredito que ele precise de mais maturidade política”, opinou.

“Nada contra o jovem, mas administração pública não é coisa séria para quem não tem uma bagagem, uma formação, e ainda está no início da sua trajetória. Mas é um bom político, acredito que a independência dele e a oposição que ele fez ao atual prefeito deu esse volume e já pontua ele como um dos principais prefeituráveis”, concluiu.

Assista o programa na íntegra:

Leia mais: “Sobre o bolsonarismo: a coisa está muito triste para eles e eu espero que piore”, diz Marcelo Amil durante o programa Debate Político

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Por Camila Duarte

Foto: Marcus Reis

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