A esposa do presidente do Haiti Jovenel Moïse, assassinado em julho de 2021, está entre as 51 pessoas acusadas pela Justiça haitiana de envolvimento na morte do próprio marido. Martina Moïse teria dado declarações contraditórias sobre o ataque ao esposo, de acordo com o documento de acusação.
Segundo o documento, as declarações dadas pela primeira dama são “suficientes” para indiciá-la. Além dela, m ex-primeiro-ministro e um ex-policial também são citados no caso.
O juiz Walther Voltaire, quem julga o caso, pede que a viúva e as outras 50 pessoas sejam enviadas ao tribunal penal “para serem julgadas por acusações de associação criminosa, roubo à mão armada, terrorismo, assassinato e participação em assassinato, crimes cometidos em prejuízo” de Moïse.
De acordo com o juiz, as acusações contra a ex-primeira-dama são “consistentes” e as provas são “suficientes”, além do mais, “as declarações (…) estão carregadas de contradições [em relação a outros testemunhos], deixam a desejar e a desacreditam”, diz um trecho do documento.
O documento ainda cita um dos principais réus do caso sob custódia no Haiti, Joseph Badio, que alega uma conspiração da ex-primeira-dama com outras pessoas para assumir a presidência do país.
O jornal americano New York Times procurou o advogado de defesa da ex-primeira-dama, e pontuou que a defesa já havia negado as acusações na queixa criminal, alegando que a então senhora Moïse teria sido “uma vítima, assim como os filhos que estavam lá e o marido”.