Um relatório técnico elaborado e divulgado por equipes da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) indicou um grave problema de contaminação aquífera no município de Parintins.
Segundo informações do documento (Ofício nº 302/2023 – GS/Sedurb), encaminhado à Câmara Municipal de Parintins no dia 6 de novembro de 2023, dos 28 poços existentes no município, 22 estão contaminados, e estão, portanto, com funcionamento irregular, já que apresentam concentração elevada de poluentes, tais como amônia, manganês, ferro e os mais graves, nitrato e alumínio, assim como a presença de coliformes totais e fecais.
O relatório destaca ainda os poços tubulares PT-07, PT-08, PT-09, PT-10 e PT-11 como condenados. Os referidos poços encontram-se no Bombeamento II – Rua Alcides Seixas – Bairro Vitória Régia.
Diante dos dados expostos, o relatório recomenda a desativação gradual de 12 poços contaminados, tamponamento dos mesmos, e a substituição da fonte subterrânea de abastecimento público de água por captação superficial no rio Amazonas acoplada a uma Estação de Tratamento de Águas (ETA).
Conforme dados fornecidos pelo Serviço Autônomo de Água (SAAE), o sistema integrado tem cerca de 18.000 ligações residenciais ativas, o que permite estimar que atenda a uma população entre 72.000 e 80.000 pessoas, sendo assim, cerca de 80.000 pessoas estão correndo riscos com a água nociva fornecida a elas.
Lembrando que os contaminantes citados causam consequências em vários órgãos do corpo humano como efeitos neurotóxicos, correlação com a doença de Alzheimer (alumínio); encefalopatia hepática, necrose hepática aguda e subaguda, síndrome de Reye (amônia), hipotensão postural (devido à vasodilatação), dores de cabeça, diarreia, Síndrome do Bebê Azul e correlação com o câncer do trato intestinal (nitrato).
A visita técnica aconteceu nos dias 28/08 a 03/09/2023, em poços tubulares pertencentes ao município, e em 3 comunidades.
O relatório tem como base o estudo do geólogo José Luiz Marmos, de 2019, publicado no Repositório Institucional de Geociências, do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
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Por July Barbosa
Revisão textual: Vanessa Santos
Ilustração: Marcus Reis
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