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sexta-feira, novembro 22, 2024

Em meio à moção de repúdio na Aleam, Marina Silva se pronuncia sobre BR-319: “ninguém dificulta”

Em pronunciamento, Marina Silva afirmou que as palavras mais duras foram ditas a ela durante sua visita a Manaus

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Em vista do entrave de entendimento entre os parlamentares do Amazonas e a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) aprovou, por unanimidade, uma moção de repúdio contra a ministra, nessa quinta-feira (5). A aprovação ocorreu um dia depois de Marina vir a Manaus e ser “acochada” pelo deputado Sinésio Campos, que questionou sobre as obras na BR-319.

Após o questionamento do deputado Sinésio Campos, que ocorreu na quarta-feira (5), durante uma coletiva de imprensa, no dia seguinte, ele subiu à tribuna da Aleam para falar sobre o assunto e ressaltar a cobrança feita à ministra.

Logo após, os deputados aprovaram, na sessão plenária, a moção de repúdio, tendo como justificativa as recentes declarações da ministra em relação à BR-319. De acordo com eles, as falas de Marina são “intransigentes” diante dos argumentos quanto à recuperação da rodovia.

“É inadmissível que a ministra Marina não se sensibilize com essa causa. O Amazonas é um estado grande, o maior do Brasil, e não pode mais ficar isolado do restante do país. Sofremos com isso durante a pandemia e estamos vendo agora de novo, durante a estiagem. Nossa logística é complicada, demorada e, se tivéssemos a BR-319, poderíamos amenizar esses problemas. Defendo a retomada da 319 desde 2019, quando presidi a Comissão de Transportes desta Casa. O Amazonas precisa, urgentemente, que a 319 se torne trafegável”, disse o presidente da Aleam, Roberto Cidade.

Em maio, a ministra Marina Silva ironizou os questionamentos do deputado federal Amom Mandel sobre a BR-319. Na ocasião, o parlamentar questionou sobre as estratégias da pasta para o combate ao desmatamento na região amazônica. Como resposta, Marina se limitou a dissertar sobre a complexidade do assunto, mas não explicou de que forma o Governo Federal, por meio do Ministério de Meio Ambiente, podia atuar para garantir o desenvolvimento das obras.

“A BR-319… É que eu não tenho o costume de ser irônica. [SIC]. Se fosse um processo fácil, é possível que já tivesse sido feito. Começando pela avaliação dos técnicos do IBAMA sem que eles tenham que ser pressionados para A ou para B e respeitada a sua posição técnica […] É um empreendimento de alta complexidade. Eu diria para o senhor, eu sei a demanda, eu vivi isso no meu estado”, declarou Marina Silva.

Vale lembrar, ainda, que, na última semana, Marina Silva foi alvo de ataques de alguns políticos da bancada federal do Amazonas, por conta da BR-319. Como noticiou O Convergente, alguns parlamentares chamaram a ministra de “inimiga” do Amazonas e a responsabilizaram, caso algum amazonense chegasse a morrer por conta da estiagem.

Vinda a Manaus

Apesar de a comitiva do governo federal ter vindo a Manaus para viabilizar ações para minimizar os impactos da estiagem, a presença da ministra do Meio Ambiente Marina Silva foi marcada pelos questionamentos sobre a BR-319.

Em participação no 7º Fórum Nacional de Controle, com o tema Desenvolvimento Sustentável e o Controle – Conectando Fiscalizações, Governança e Sustentabilidade, evento organizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), nessa quinta-feira (5), Marina comentou sobre a vinda a Manaus e falou sobre o tratamento dos políticos locais.

Marina Silva disse que a concessão das obras da BR-319 é um processo técnico, e estudos estão sendo realizados para verificar a viabilidade das obras na BR, sem impactar a sustentabilidade local. “Ninguém dificulta, ninguém facilita”, esclareceu a ministra.

“Ontem [quarta-feira], as palavras mais duras foram dirigidas a mim e à ministra Soninha [Sonia Guajajara]. E eu pensei o porquê? Quando os povos indígenas protegem 80% das florestas existentes no planeta, as palavras duras foram dirigidas a nós. Às vezes, a consciência da gente projeta em outro alguém aquilo que não queremos assumir como responsabilidade”, disse a ministra.

Leia mais: Em Manaus, Alckmin afirma que governo vai liberar recursos “o mais rápido possível” à população afetada por estiagem

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Por Camila Duarte

Revisão textual: Vanessa Santos

Ilustração: Marcus Reis

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