O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ser questionado por interlocutores próximos, teria dito para avisar ao Centrão que “de jeito nenhum” tira Nísia Trindade do controle do Ministério da Saúde.
De acordo com deputados e senadores ouvidos, três razões resumem a fonte de cobiça: o Ministério da Saúde é uma das pastas com maior orçamento disponível para investir nas cidades; os aportes em saúde têm “capilaridade”, ou seja, podem ser direcionados para diferentes estados e municípios; a saúde é uma das principais demandas importantes para a população, assim como investimentos em hospitais, remédios e programas de saúde são considerados excelentes materiais para propaganda em anos de eleições.
Só em 2023, há cerca de R$ 190 bilhões autorizados para o ministério, sem contar os bilhões que devem ser liberados em emendas parlamentares.
Além disso, o discurso é de que Lula aceita negociar a maioria das pastas, mas a de Nísia Trindade é de sua cota pessoal e indicação técnica.
Sobre a Nísia
Nísia é pesquisadora de produtividade de nível superior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Sua produção teórica possui reconhecimento por aprofundar o diálogo entre a ciência e a sociedade.
Além disso é doutora em Sociologia (1997), mestra em Ciência Política (1989), pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp), e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/ 1980). A tese de doutorado de Nísia Trindade, cujo título é “Um sertão chamado Brasil”, conquistou o prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj.
A pesquisadora está na presidência da Fiocruz desde 2017, atualmente, ela cumpre o segundo mandato. Também já foi diretora da Casa Oswaldo Cruz (1988-2005), unidade da instituição voltada para a pesquisa e memória em Ciências Sociais, história e saúde.
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Por Tatiana Nascimento
Revisora Vanessa Souza
Foto: Divulgação