Corrupção, fundo eleitoral, feminismo, aborto e fome foram alguns dos temas que deram o tom do embate, ocorrido na noite deste sábado, 24/9, entre seis candidatos que disputam à Presidência da República nas eleições deste ano. O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), ao ser atacado e questionado pelos adversários, disse ter vetado o orçamento secreto e afirmou que em seu governo não tem corrupção.
“O orçamento secreto eu vetei, mas o Congresso derrubou o veto com o apoio das senadoras aqui. Eu não tenho qualquer acesso ao orçamento Secreto. Eu não sei para onde vai o dinheiro desse tal orçamento secreto. Pode perguntar para essas senadoras aqui, que elas te responderam com toda certeza”, disse Bolsonaro ao ser questionado sobre a diferença do orçamento secreto e o mensalão, além de afirmar que as candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram parlamentares que votaram a favor do orçamento secreto.
Ainda no mesmo tema, debatido entre ele e o candidato Felipe D’Ávila (Novo), Bolsonaro disse ter orgulho de ser presidente e reafirmou que em seu governo não há corrupção e que tirou o assunto da manchete dos jornais.
“Nós tiramos a corrupção das manchetes. Em três anos e oito meses você não ver escândalo de corrupção no meu governo. Quando acusam, tipo uma CPI fajuta aí do Senado, falam suposições. Nós combatemos a corrupção. Somos orgulho. E me orgulho muito de ser Presidente da República, onde não tem qualquer escândalo de corrupção”, afirmou.
Embate feminismo – Em outro momento, já no terceiro bloco do debate, o embate entre o candidato Padre Kelmon (PTB) e à candidata Simone Tebet deixou o “clima quente” ao falaram sobre aborto e feminismo.
Kelmon, ao questionar que Tebet se diz feminista, perguntou o que ela acha do aborto já que dentro da agenda feminista está, segundo ele, a defesa do aborto.
“Candidato. O meu conceito de feminismo é muito diferente do seu conceito”, disse Tebet antes de ser interrompida pelo adversário. “Eu estou falando, a palavra é minha e, por favor, me respeite”, disse ela antes de citar outros fatores, que para ela é isso que é ser feminista. “lamento a sua visão seletiva. Confesso que tenho dúvidas se teria coragem de me confessar com o senhor”, criticou a candidata.
Em sua réplica Padre Kelmon disse que a candidata se contradisse. “Se a senhora é realmente feminista como é o movimento feminista a senhora está se contradizendo. Porque as feministas apoiam o aborto incondicionalmente”, disse ele ao criticar a fala de Tebet e ser novamente confrontado pela candidata, que criticou o padre por ele, segundo ela, estar colocando palavras em sua boca.
Defesa de Bolsonaro – O debate de um modo geral teve mais embates entre adversários do que propostas apresentadas. Além de candidato demonstrado claro apoio a adversário.
Foi o caso do candidato Padre Kelmon, que ao ser questionado por Bolsonaro sobre a opinião dele quanto às acusações feitas ao fato de Bolsonaro “não olhar para o pobre”.
“A minha opinião é o que o senhor tem ajudado muito o país. E nós estamos vendo aqui um massacre. Eu nunca tinha visto isso na minha vida. Cinco partidos que se juntaram para bater em um Presidente da República. Com falácias, com mentiras. Inventando. Nós vemos um presidente que mantém o país com uma economia”, defendeu Kelmom ao citar ainda que ninguém vê o que o PT fez e as coisas boas que o Bolsonaro fez.
No decorrer do debate, que encerrou após o quarto blocos, com a defesa dos candidatos, foram tratados assuntos relacionados ao agronegócio, a fome, a violência política entre outros assuntos.
O Debate, também foi marcado por críticas e a ausência do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), que foi o único dos sete presidenciáveis convidados, a não comparecer no encontro.
Estiveram presentes, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL); Ciro Gomes (PDT); Simone Tebet (MDB); Soraya Thronicke (União Brasil); Padre Kelmon (PTB), e Felipe D’Ávila (Novo).
— —
Por Izabel Guedes
Foto: Reprodução/ Internet