O programa Debate Político, do O Convergente, em sua terceira temporada, foi ao ar nesta terça-feira (6) e recebeu a presidente da Federação de Judô do Amazonas (Fejama), Denise Oliveira, em uma entrevista mediada pela apresentadora Letícia Barbosa. O programa é exibido todas as terças-feiras, às 20h30, com transmissão pelo canal 8.2 da TV aberta e pelo YouTube da Rede Onda Digital.
Durante a entrevista, a presidente da Fejama comentou sobre sua trajetória no esporte. “Eu fazia musculação e o professor me convidou para fazer judô […]. Comecei a fazer e me animei, fiz uma aula e continuo até hoje. Eu trabalhava com contabilidade, larguei tudo, comecei educação física e me dediquei ao treinamento”, iniciou.
Natural do Rio de Janeiro, Denise Oliveira comentou que a vinda para o Amazonas ocorreu por meio do esposo, que precisou se mudar para a capital amazonense por conta do trabalho.
“Abracei o Amazonas e passei a ter uma contribuição efetiva com as seleções estaduais. Todas as seleções que saíam, independente das categorias, sempre tinha um atleta meu e com isso eu tive 3 atletas medalhistas no brasileiro”, disse.
Do tatame à presidência
Questionada sobre a chegada à presidência da Fejama, Denise Oliveira revelou que tudo começou quando a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) mudou as eleições das federações por conta do ciclo olímpico.
Anteriormente, ela ocupava a cadeira de vice-presidente da Fejama. No entanto, o gestor anterior afirmou que, na próxima eleição, Denise seria a candidata à presidência.
“Como a CBJ determinou que todas as federações tivessem as eleições junto com os ciclos olímpicos, em 2022 fizemos uma eleição para poder ajustar esse ciclo e foi quando eu fui vice-presidente. O Sensei Davi me chamou e disse que íamos trabalhar para que na próxima eleição eu viesse presidente no próximo ciclo, e começamos a trabalhar em cima disso”, revelou.
Sendo a primeira mulher negra a ocupar o cargo de presidente da Federação, Denise Oliveira destacou que a posição que ocupa hoje representa a luta diária de todas as mulheres em busca de espaços na sociedade.
“É uma honra muito grande estar nessa posição hoje, de primeira mulher negra a ocupar essa posição. Deixo claro para toda menina e mulher, acreditem que o nosso lugar é onde quisermos estar. Ainda temos muito o que conquistar, mas temos que sempre estar buscando o nosso lugar”, avaliou.
No dia a dia
Durante o programa, Denise Oliveira afirmou que sempre se dedicou a buscar oportunidades para os atletas, atuando como intermediadora junto a políticos para conseguir apoio aos judocas.
“Todo ano eu fazia essa minha peregrinação e ir lá, sentar e ficar esperando o político me atender. Sabemos dessas agendas de ficar esperando, mas era para um bem maior de fazer as crianças realizar os sonhos de participar do campeonato brasileiro e trazer uma medalha para o seu estado”, disse.
Segundo ela, a principal dificuldade enfrentada pelos atletas amazonenses é a localização geográfica do Estado, uma vez que muitas competições ocorrem fora do Amazonas e o estado não possui via terrestre que permita reduzir os custos das viagens.
“Aqui no Amazonas a nossa principal dificuldade é geográfica […]. São competições que entram no calendário desde o começo do ano, então só se preparar, comprar a passagem e mandar o atleta ir. Mas, infelizmente, não temos o apoio que deveria ir, até a verba para a própria secretária – tanto municipal quanto estadual – é pequena […]. O esporte do amazonense é luta, o amazonense é apaixonado por luta”, comentou.
Políticas públicas
Na opinião da presidente da Fejama, é importante que os políticos amazonenses tenham maior sensibilidade para apoiar o esporte no Estado.
“Os nossos políticos deveriam ter mais olhar para o esporte, destinar mais emendas. Se tivesse mais emendas para as federações, sempre estaríamos nas competições e o nome do Amazonas estaria em evidência […]. Temos muitos atletas bons, mas precisamos dar mais oportunidades”, pontuou.
Segundo Denise Oliveira, sua gestão à frente da Fejama pretende captar recursos não apenas nas esferas públicas, mas também junto à iniciativa privada.
“Hoje, na frente da Fejama, estou querendo captar recursos, ir junto às empresas de iniciativa privada, e também junto ao governo e a prefeitura para solicitar essa parceria”, disse.
Ainda de acordo com ela, uma das propostas da atual gestão é implantar projetos de judô em escolas municipais da região metropolitana de Manaus.
“Na escola, quando colocamos esses projetos, notamos uma mudança de comportamento na criança. A criança passa a se ver como exemplo e a própria direção da escola tem essa visão e sempre nos passa”, afirmou.
“Tendo a criança dentro do esporte, ela fica mais obediente, mais estudiosa. Tudo engrandece, a educação em casa e o esporte. Acho que esse é um dos grandes focos que eu tenho na minha gestão, de fazer parceria com as empresas e o governo e fazer esses projetos”, defendeu.
Confira o programa na íntegra:
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