No episódio da nova temporada do programa “Debate Político”, O Convergente recebeu, nesta terça-feira (9), o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Manaus Capitão Alberto Neto (PL), que falou sobre a sua atuação na Câmara Federal, avaliou a divisão entre direita e esquerda, além do cenário político amazonense. O programa é apresentado pela CEO da empresa, Erica Lima Barbosa, e exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.
Ao iniciar o bate-papo, o parlamentar comentou sobre a lei de autismo de sua autoria que foi sancionada. “Ouvi muito sobre isso, é um pedido das famílias que tem filhos autistas e vamos lutar muito. Não vamos parar só na lei, temos a lei e vamos fiscalizar para que seja cumprida”, comentou.
Alberto Neto afirmou que se baseou em uma lei de Londres, onde pessoas que possuem doenças ocultas são identificadas a partir de um cordão de girassóis e, com isso, têm atendimento prioritário e diferenciado nos aeroportos do país.
“Essas pessoas precisam de um atendimento diferenciado, como está previsto na lei. O aeroporto de Londres percebeu que se tivesse um símbolo para doenças ocultas, teriam facilidade de lidar com os clientes […], você coloca uma fita que é o cordão de girassóis e você percebe que aquela pessoa tem uma doença […]. Trouxemos para o Brasil e o cordão de girassóis virou o símbolo nacional das deficiências ocultas, quando ele for para o aeroporto e o atendente ver o cordão, sabe que aquela pessoa precisa de prioridade, de um assento diferenciado”, explicou.
Zona Franca de Manaus
O parlamentar fez parte da bancada de defesa da Zona Franca de Manaus e também dialogou com outros deputados sobre o modelo econômico amazonense e a reforma tributária. De acordo com ele, a ZFM é o maior projeto ambiental do mundo.
“O Brasil todo vai sofrer se nós não fizermos o nosso dever de proteger a floresta. Então, não é um favor que o Brasil está fazendo para o Amazonas manter a Zona Franca de Manaus, nós estamos fazendo um favor para o Brasil e para o mundo, que é a preservação da nossa floresta”, disse.
Ainda segundo ele, há uma briga entre parlamentares do sudeste que tentam tirar os incentivos da ZFM, o que ele classificou como “ciumeira”. “Além dessa questão ambiental que é o mais importante, se a Samsung sair, se a LG, a Moto Honda, ela não vai para São Paulo, ela vai para outra Zona Franca […], então vamos deixar de produzir no nosso país para produzir em outros países. É uma briga que todo mundo perde”, comentou.
BR-319
Ao comentar sobre a rodovia, Alberto Neto disse que acredita ter sido duro com a ministra Marina Silva ao tratar sobre o assunto, uma vez que a ministra do Meio Ambiente questionou o motivo para asfaltar a BR-319.
Para Alberto Neto, com a rodovia, a segurança nas estradas e na atuação para combater o tráfico de drogas e o desmatamento aumentaria. “Quando o estado não se faz presente, é o crime organizado que domina aquele local, e assim acontece na floresta. Se o estado não estiver presente, o Ibama não fazendo fiscalização, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária, aquela rodovia será alvo para o tráfico de drogas e o aumento do desmatamento porque ninguém vai fiscalizar porque não tem como chegar”, afirmou.
O deputado federal ainda destacou que o licenciamento prévio para asfaltar a BR-319 foi obtido durante o governo Bolsonaro, o que não ocorreu durante 15 anos do governo do PT. “É uma luta, é um grande sonho do povo do Amazonas e não vamos desistir. Sei que a Marina Silva está impedindo esse sonho, o governo está impedindo, mas vamos continuar lutando sobre isso”, disparou.
Relação com Coronel Menezes
O parlamentar também falou sobre Coronel Menezes (PP), o qual deveria formar uma chapa puro-sangue pelo PL, no entanto, as movimentações políticas acabaram sendo outras. De acordo com Alberto Neto, Menezes se atrapalhou na vida política.
“O Coronel Menezes foi o nosso candidato ao Senado e se atrapalhou na vida política, porque a vida política não faz só com confronto, se faz com aliança […]. Se eu brigo com o presidente do partido, estou fechando as portas para mim. Teve esse problema do Coronel Menezes com o nosso partido, ou conflitos porque ele queria ser o candidato do partido e o partido estava ainda fechado para isso”, afirmou.
Ainda segundo ele, houve tratativas do PL com o prefeito de Manaus David Almeida (Avante), no entanto, as mesmas não prosseguiram, uma vez que o chefe municipal não estava alinhado com os ideais da sigla.
“O partido estava tentando entender o cenário, conversando com todos os candidatos, David Almeida era um desses […], mas quando ele escolhe o lado da esquerda e fazer parcerias com Omar Aziz e Eduardo Braga, eu me posicionei, David Almeida não merece estar no partido”, disse.
Alberto Neto ainda destacou que as eleições deste ano serão importantes para fortalecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A eleição de 24 é muito importante para que possamos chegar em 26 muito forte: fazer o maior número de deputados federais, de senadores. Para que o Bolsonaro fique fortalecido em 26, precisamos vencer essa eleição em 24, fazer o maior número de prefeitos e vereadores”, pontuou.
Para a apresentadora, Alberto Neto ainda destacou que não possui nenhum problema com Coronel Menezes e com a deputada estadual Débora Menezes (PL). “Não tem nenhum problema com Coronel Menezes e nem com a deputada Débora Menezes. Menezes é pré-candidato a vereador, eu sou pré-candidato a prefeito de Manaus, não tem nenhum conflito em relação a isso”. “A direita está unida, diferente da esquerda que divide para conquistar”, disse.
Cenário político
Em relação ao atual cenário político, o deputado e pré-candidato a prefeito comentou que será uma eleição forte para disputar. “Essa eleição vai ser forte, vamos lutar contra a máquina, contra um jovem que tem viés de esquerda, contra um candidato que veio do PCdoB e agora está no PT. É uma esquerda raiz, mas envergonhada”, avaliou.
Ao comentar sobre a pré-candidatura da esquerda em escolher Marcelo Ramos (PT), ele afirmou que achou interessante, uma vez que o ex-deputado federal é o candidato oficial do presidente Lula (PT). “Gostei muito da candidatura porque ele tem uma vantagem: ele não tem vergonha da sem-vergonhice do Lula. Lembro dele na Câmara, quando o STF estava julgando a soltura do Lula, ele saiu correndo e deixou o plenário e foi fazer passeata com outros políticos da esquerda para que o STF soltasse o ladrão que está na presidência”, enfatizou.
Alberto Neto ainda revidou os questionamentos de Marcelo Ramos em relação as obras entregues pelo governo Bolsonaro em Manaus. “Marcelo Ramos, calma aí ‘calabreso!’. Quer falar do Bolsonaro, tem que respeitar porque o Bolsonaro não tem nenhuma obra superfaturada em Manaus”, disse para o pré-candidato de esquerda.
Bolsonaro em Manaus
O deputado federal também falou sobre a vinda do ex-presidente Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em Manaus, que ocorrerá nos dias 10 e 11 de maio.
“Estamos organizando sua agenda, além do PL Mulher, vamos fazer nosso pré-lançamento de maneira grandiosa, ele fora da presidência move uma multidão”, disse.
Jogo das Cartas
Ao participar do tradicional Jogo das Cartas, o pré-candidato Alberto Neto comentou sobre algumas figuras políticas. A primeira foi o atual prefeito de Manaus David Almeida, a qual deu a nota 5 para a administração.
“É uma administração pífia […]. A cidade ficou mais colorida, gastou muito dinheiro com tinta, mas com obras importantes que iam mudar a vida da nossa população, não fez. […] Eu dou a nota 5, acho que é uma nota bem razoável”, avaliou.
Em outra carta, o parlamentar sorteou a imagem do senador Omar Aziz (PSD), o qual pontuou que ele é o maior opositor dele. “Ele é a cara do Lula aqui, ele e o Eduardo Braga […]. Ele tem todo espaço da Prefeitura de Manaus e trouxe o governo Lula para apoiar, não de maneira declarada, mas está apoiando o atual prefeito”, disse.
O parlamentar também comentou sobre o deputado federal e também pré-candidato a prefeito de Manaus Amom Mandel (Cidadania). De acordo com ele, o político ainda é muito jovem para governar e precisa de mais experiência.
“Terá um futuro brilhante na política, mas seria muita irresponsabilidade, pela juventude dele, governar Manaus […]. Ele precisa de mais maturidade, viver mais a política porque ele vai precisar dessa habilidade para fazer a gestão porque ele vai precisar dessa casca grossa”, comentou.
Confira o programa na íntegra:
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Por Camila Duarte
Foto: Marcus Reis
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