Neste domingo (7), o bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), afirmou que vai descumprir as decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, do do Supremo Tribunal Federal (STF), e liberar o conteúdo que ele mandou bloquear.
Relator de inquéritos que apuram a circulação de fake news e de ataques a urnas eletrônicas e ao sistema democrático do país em plataformas digitais, como o X, Moraes determinou a suspensão de perfis de investigados por esses crimes.
A postagem de Elon Musk foi feita um dia após o bilionário questionar a atuação de Moraes e afirmar que a sua plataforma “está retirando todas as restrições” determinadas pelo Judiciário brasileiro.
“Brevemente, X publicará tudo o que foi exigido por @Alexandre e como esses pedidos violam a lei brasileira. Este juiz tem descaradamente e repetidamente traído a constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou ser impugnado”, escreveu o norte-americano em seu perfil na rede X.
Entre os perfis que devem ser suspensos estão o do blogueiro Allan dos Santos, que tem um mandado de prisão em aberto expedido pelo Moraes, mas atualmente mora nos Estados Unidos; o do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan; o do deputado cassado Daniel Silveira, que fez publicações defendendo um novo AI-5; do jornalista Oswaldo Eustáquio, que convocou atos antidemocráticos em 7 de setembro; e o do ex-deputado Roberto Jefferson, que está preso após atirar contra agentes da PF que foram cumprir um mandado de prisão contra ele.
A X Corp. afirmou ter sido “forçada por decisões judiciais a bloquear determinadas contas populares no Brasil. Informamos a essas contas que tomamos tais medidas”. Na publicação, a empresa não citou quais são as decisões judiciais, nem quando elas foram proferidas.
“Não sabemos os motivos pelas quais essas ordens de bloqueio foram emitidas. Não sabemos quais postagens supostamente violaram a lei. Estamos proibidos de informar qual tribunal ou juiz emitiu a ordem, ou em qual contexto. Estamos proibidos de informar quais contas foram afetadas. Somos ameaçados com multas diárias se não cumprirmos a ordem”, disse a plataforma.