O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), compareceu ao depoimento marcado para esta quinta-feira (22), na sede da Polícia Federal, em Brasília (DF). Ao chegar na PF para prestar depoimento sobre os planos de um ato golpista contra as eleições, após a vitória do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro preferiu se calar.
Bolsonaro permaneceu em silêncio após instruções de sua equipe de defesa antes do depoimento. Os advogados alegaram que não tiveram acesso aos autos do processo sobre a investigação, que inclui os depoimentos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente.
De acordo com o advogado Fábio Wajngarten, o depoimento teve duração de 15 minutos, e a versão atual foi contestada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que rejeitou pedidos para adiar a audiência.
“Esse silêncio [no depoimento] quero deixar claro que não é simplesmente o uso do exercício constitucional silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais está sendo imputada ao presidente a prática de certos delitos”, afirmou o advogado na saída da Políca Federal na companhia de Bolsonaro.
Segundo um relatório policial, Bolsonaro teria ordenado “ajustes” em um documento, removendo os nomes de Gilmar e Pacheco, mantendo o de Moraes e sugerindo a realização de novas eleições.
A revisão do projeto de decreto teria resultado em várias reuniões convocadas por Bolsonaro à alta cúpula das Forças Armadas para uma possível implementação de golpe de Estado, quando Moraes retirou o sigilo da reunião que teve mais de uma hora, no dia 5 de julho de 2022.
Ilustração: Giulia Renata
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