O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entrou em contato com o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) após este último ser alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga participantes nos eventos do 8 de Janeiro. Na ligação, segundo fontes próximas ao presidente da Câmara, Lira solicitou que a defesa do deputado enviasse os autos do processo, que está em andamento sob segredo de justiça. A operação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Lira informou a alguns deputados que teria uma conversa com Jordy antes de emitir uma posição pública sobre a busca e apreensão realizada no gabinete na Câmara e nas casas do deputado no Rio de Janeiro (RJ).
Parlamentares aliados indicam que ele Lira manifestou desconforto em relação à forma como a operação foi conduzida, especialmente por não ter sido informado pela Suprema Corte sobre a realização da operação.
Alexandre de Moraes, conforme revelado nesta coluna em 20 de janeiro, quebrou o protocola de informar o presidente da Câmara antecipadamente sobre operações contra deputados do parlamento, como havia feito em ações anteriores.
A oposição planeja, inclusive, uma reunião virtual nesta sexta-feira (19), antes do pronunciamento e Lira. De acordo com deputados aliados de Jordy, eles devem discutir possíveis reações legislativas após a operação da PF.
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (18) mais uma fase da Operação Lesa Pátria. A 24ª etapa está focada na identificação dos mentores intelectuais e responsáveis por planejar, financiar e incitar os atos antidemocráticos que culminaram na tentativa frustrada de golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023.
A PF cumpre dez mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – oito no Rio de Janeiro e dois no Distrito Federal.