A esposa do advogado e ex-major Ailton Barros recebe uma pensão militar de R$ 22,8 mil. Ele, que foi preso nesta semana por envolvimento em um suposto esquema de fraude em registros de vacinação contra covid-19, foi expulso do exército em 2006 e a pensão começou a ser paga em outubro de 2008
Os dados são do Portal da Transparência, indicam que Marinalva Barros recebe R$ 22.841,28 bruto por mês. O valor líquido é de R$ 14.945,32. De acordo com o registro, toda pensão é direcionada a ela. Ailton foi dado como ‘morto’ pelo Exército, segundo informações da Globonews. Nos registros abertos sobre a pensão, Marinalva aparece como ‘viúva’, Ailton Barros foi expulso do exército em 2006, depois de ter sido preso sete vezes, desde 1997.
Caso Marielle
Ailton é apontado como uma espécie de intermediário de um braço do esquema junto à prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a Polícia Federal, ele teria levantado lotes enviados ao Rio de Janeiro e cadastrado duas doses da Pfizer em nome de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, mulher do tenente-coronel Mauro Cid.
O advogado também conseguiu um cartão físico de vacinação para a mulher de Mauro Cid.Após o ‘êxito’, Ailton pediu uma ‘contrapartida’ a Cid: que o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro intermediasse encontro cujo tema seria o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco – crime ocorrido em 2018. A ideia era um encontro com o cônsul dos Estados Unidos para resolver problema relacionado a seu visto – ligado ao envolvimento do nome do ex-parlamentar com o caso Marielle.
A permuta entre Ailton e Cid é descrita pela Polícia Federal com base em mensagens trocadas entre os dois pelo celular. Em uma mensagem enviada ao coronel, Ailton afirma: “Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a porra toda. Entendeu? Está de bucha nessa parada aí.”
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Da Redação com informações UOL
Foto: Divulgação