A Rússia lançou uma série de mísseis na hora do rush em direção à Ucrânia nesta quinta-feira, 26/1, matando pelo menos uma pessoa, um dia depois de Kiev garantir promessas ocidentais de dezenas de tanques de batalha modernos para tentar conter a invasão russa.
Moscou reagiu com fúria aos anúncios alemães e norte-americanos e, no passado, respondeu aos aparentes sucessos ucranianos com ataques aéreos que deixaram milhões sem luz, aquecimento ou água.
Os militares ucranianos disseram que derrubaram todos os 24 drones enviados durante a noite pela Rússia, incluindo 15 ao redor da capital, sem danos relatados.
Mas, logo depois, alarmes de ataque aéreo soaram em toda a Ucrânia enquanto as pessoas se dirigiam para o trabalho, e autoridades graduadas disseram que as defesas aéreas estavam derrubando mísseis.
O Kremlin afirmou nesta quinta-feira que vê a promessa de entrega de tanques ocidentais à Ucrânia como “envolvimento direto” dos Estados Unidos e da Europa no conflito de 11 meses, algo que ambos negam.
Na capital, multidões se abrigaram em estações de metrô subterrâneas. O prefeito Vitali Klitschko disse que uma pessoa morreu e duas ficaram feridas quando um míssil atingiu prédios não residenciais no sul da cidade.
A DTEK, maior produtora privada de energia da Ucrânia, informou que estava conduzindo desligamentos de energia de emergência em Kiev, na região circundante e também nas regiões de Odessa e Dnipropetrovsk por causa do perigo iminente.
Em Odessa, o porto do Mar Negro designado como Patrimônio Mundial em Perigo na quarta-feira, 25/1 pela agência cultural da ONU, a Unesco, foi atacado com mísseis russos que danificaram a infraestrutura de energia, disse a administração militar distrital.
Analistas ocidentais afirmam que os ataques às cidades da Ucrânia são mais uma tentativa de abalar o moral do que uma campanha estratégica.
Espera-se que ambos os lados montem novas ofensivas terrestres na primavera do Hemisfério Norte, e a Ucrânia tem buscado centenas de tanques modernos na esperança de usá-los para romper as linhas defensivas russas e recuperar territórios ocupados no Sul e no Leste.
Até agora, tanto a Ucrânia quanto a Rússia confiaram principalmente nos tanques T-72 da era soviética.
Os aliados da Ucrânia já forneceram bilhões de dólares em apoio militar, incluindo sofisticados sistemas de mísseis dos EUA que ajudaram a mudar o rumo da guerra nos últimos seis meses.
Os EUA estavam com receio de implantar os tanques Abrams de difícil manutenção, mas tiveram que mudar de tática para persuadir a Alemanha a enviar para a Ucrânia seus Leopards, mais fáceis de operar.
A Alemanha enviará uma subdivisão inicial de 14 tanques de seus estoques, que, segundo ela, poderão estar operacionais em três ou quatro meses, e aprovará embarques de estados europeus aliados com o objetivo de equipar dois batalhões – em torno de 100 tanques.
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Da Redação com informações Agência Brasil
Foto: Viacheslav Ratynskyi / REUTERS