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quarta-feira, abril 9, 2025

Haddad tem encontro com banqueiros na Febraban e mercado vê seu discurso como ‘generalista’ sobre economia

Durante seu discurso, Fernando Haddad falou, já como futuro ministro da Fazenda, de reforma tributária para 2023 em nome do presidente eleito, Lula, porém o mercado continuou operando em baixa, após o encontro

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O Ibovespa ampliou a queda após as falas de Fernando Haddad (PT), cotado para ser ministro da Fazenda do governo Lula, durante almoço com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Às 16h10 desta sexta-feira, 25/11, o índice operava em baixa de 2,75%. Já o dólar chegou a bater em R$ 5,40 no mesmo horário, sem trégua nas incertezas relacionadas ao rumo fiscal no país e à equipe ministerial do novo governo.

A avaliação de banqueiros que estiveram no almoço da Febraban é que o discurso de Fernando Haddad foi muito generalista e sem consistência suficiente para os banqueiros. Um desses banqueiros avaliou que o governo eleito não tem time nem tem plano.

Minutos antes do início do evento, Fernando Haddad se dirigiu ao salão principal, que recebia 350 convidados, e foi o centro das atenções. Foi cumprimentado por diversos executivos presentes, e muito assediado pela imprensa, conforme relato do analista do CNN Business Fernando Nakagawa.

Na mesa do almoço, Haddad estava sentado entre o presidente da Febraban, Isaac Sidney, e o presidente do conselho de administração do BTG, André Esteves. Nela, estão todos os principais executivos que compareceram ao evento.

Convidado principal – Cotado para ser o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad foi muito paparicado ao chegar ao almoço anual da Febraban. Haddad comparece como representante do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-ministro da Educação chegou por volta das 11h45 ao local do evento no bairro do Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, e foi direto a uma sala reservada. Lá, esteve por cerca de 20 minutos com a direção da Febraban e alguns dos principais executivos do setor, que participaram do evento.

Discurso – Fernando Haddad (PT) fez um discurso como o futuro ministro da Fazenda durante o almoço. “Minha vida mudou muito de terça-feira para ontem, agora falo em nome do presidente Lula”, afirmou, explicando porque estava ali.

Ele prometeu uma reforma tributária em 2023, começando pelos impostos sobre o consumo. E foi específico: a PEC 45, que unifica o ICMS. Também disse que vai revisar os gastos públicos, sem dar detalhes.

Mas não deu uma palavra sobre o principal tema hoje: a PEC do Estouro, que prevê a retirada de quase R$ 200 milhões do teto de gastos. Haddad disse apenas que “o que não dá é para o Brasil crescer 0,5% porque as tensões sociais se agravam”, e apresentou Lula como alguém que ouve a sociedade.

Ele chegou a ironizar e chamou de PEC do Estouro ou PEC Kamikaze o pacote pré-eleitoral aprovado pelo Congresso para tentar turbinar a candidatura de Jair Bolsonaro. “Não sei como vocês do mercado chamam, mas aquilo deseducou.”

Reforma tributária – Em nome do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Fernando Haddad defendeu a harmonia entre os poderes e destacou que a reforma tributária será a prioridade do primeiro ano do novo Governo.

Haddad havia recusado um convite de participar do evento, mas acabou aceitando o pedido de Lula para representá-lo, já que o presidente eleito ainda se recupera de uma cirurgia.

O ex-ministro destacou que logo nos primeiros meses de governo, o foco será a reforma tributária para melhorar a qualidade da receita, com um segundo momento direcionando as energias para  uma reforma dos impostos sobre renda e Patrimônio.

Haddad afirmou ainda que é preciso virar a página da guerra que se estabeleceu entre a Presidência, governadores, prefeitos e os demais poderes. Ele destacou ainda que Lula nunca viu incompatibilidade entre o social e o fiscal.

Por outro lado, Haddad disse que não foi ao evento falar sobre a PEC que coloca o Bolsa Família fora do teto de gastos. Haddad evitou ainda falar sobre a possibilidade de indicação ao Ministério da Fazenda.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Melo, também discursou, deu um panorama da situação do Brasil nos últimos anos e defendeu a manutenção das reformas e a coerência fiscal. Antes, discursou o presidente da Febraban, Isaac Sidney, que garantiu que os bancos irão contribuir para a governabilidade.

 

Da Redação

Foto: Reprodução / TV Globo

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