Em Barcelos, mais de 400 indígenas do povo Yanomami, que se deslocaram à sede do município para votar no dia 2 de outubro, ainda no 1º turno das Eleições Gerais deste ano, estão sem combustível para retornar para suas aldeias desde então. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF), na última terça-feira, 18/10, pela Associação Serviço e Cooperação com Povo Yanomami (Secoya).
A Secoya informou ao MPF que os indígenas foram até à sede de Barcelos com meios próprios para participarem da votação. Porém, eles esperavam receber o apoio de órgãos públicos, principalmente da Prefeitura de Barcelos, para retornarem às suas aldeias, o que ainda não aconteceu, segundo a Secoya. Ainda na denúncia da entidade, os indígenas estão abrigados de forma precária em Barcelos.
“Até o atual momento, cerca de 400 Yanomami estão alocados de maneira precária no município, sem acesso à alimentação, segurança e assistência de qualquer esfera por parte das autoridades municipais e estaduais, além de não terem recebido até o momento qualquer resposta quanto à previsão para a chegada das providências necessárias para o retorno”, diz ofício da Secoya enviado ao MPF.
Ainda de acordo com a entidade, as aldeias do grupo de indígenas estão localizadas na região dos rios Demeni, Padauiri e Aracá. O tempo de viagem para a comunidade mais próxima dura mais de dois dias. Contudo, há indígenas que precisaram enfrentar mais de cinco dias de viagem para voltarem para casa de rabeta (embarcação de pequeno porte conduzida por um motor de baixa potência).
O Portal O Convergente solicitou nota do Ministério Público Federal (MPF) e da Prefeitura de Barcelos sobre quais providências serão tomadas após a denúncia da Associação Serviço e Cooperação com Povo Yanomami (Secoya), quanto ao retorno dos indígenas aos locais onde moram e aguarda o retorno das informações.
Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) confirmou que recebeu o documento da Secoya relatando o caso dos indígenas que ficaram em Barcelos após o primeiro turno das eleições e que estava em análise para definição de providências.
“O Ministério Público Federal (MPF) recebeu um documento relatando o caso, que está sob análise para definição de providências”.
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Da Redação com informações g1
Foto: Reprodução
