O clima ‘esquentou’ durante a sessão plenária desta terça-feira, 27/9, na Câmara Municipal de Manaus (CMM) entre os vereadores Sassá da Construção Civil (PT) e a vereadora Professora Jacqueline Pinheiro (União Brasil), quando o vereador usou a tribuna para falar sobre a questão de cotas nas campanhas eleitorais e dizer que algumas candidaturas femininas eram “laranjas”. Os dois parlamentares disputam as eleições deste, sendo Sassá para deputado federal e Professora Jacqueline para uma das vagas da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
“Eu acho que na campanha política, alguém pode entender mal o que eu vou falar aqui, mas eu vou falar o que eu penso: eu acho que não devia ter cota para A e B, acho que tem que ser igual. Cota para negro tem que ser igual a branco, como se fala, para o índio tem que ser igual. Ah, porque 30% é para mulher. Tem mulher que vai para a campanha, mas tem mulher que é laranja e eu acho que as pessoas que são laranjas têm que ser presas, tem que mandar prender o candidato que for laranja. Agora, não adianta colocar uma mulher para ela ser laranja, pega 3 a 4 milhões e tira 200 a 300 votos. Isso para mim é laranja. Então eu acho que tem que ser igual, tem que ser dividido o dinheiro em partes iguais, é mulher é 20%, tem que ser 20% para homem, para a gente correr igual”, disse Sassá sobre as cotas nas eleições.
Rebatendo a fala de Sassá, a vereadora Professora Jacqueline Pinheiro discordou das colocações quanto às candidaturas de mulheres e das cotas, considerando que o fundo é necessário para as demais candidatas.
“Sendo mulher, se eu silenciar eu vou achar que isso vale a pena concordar e não vale. A gente tem que ter o nosso espaço, estar lá e hoje eu não sou cota, quando eu entrei eu fui chamada para ser cota, para ser trampolim para alguém dar o pulo, só que eu consegui ganhar minha campanha sobrevivendo sem fundo partidário nenhum, mas eu tenho o meu diferencial, eu sou representante de categoria, a gente tem todo um ‘know how’ diferenciado e não precisei de cota. Mas hoje, se outras colegas querem participar desses espaços, se não tiver a cota elas não chegam lá”, pontuou a vereadora explicando os motivos das cotas para candidaturas femininas e pela desigualdade de gênero que já existe em outras áreas quanto ao fato de ser mulher no país.
Falando da representatividade feminina nos espaços de poderes, inclusive na CMM, Jacqueline disse, ainda, que é necessário que as mulheres tenham condições de competir e que isso não deve ser culpa da mulher candidata. “Quando a gente briga aqui [[CMM], a gente é barraqueira, mas o homem quando briga é macho, é forte”, disse a vereadora Jacqueline.
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Da Redação
Fotos: Divulgação