O gasto de mais de R$ 5,3 milhões com a compra de medicamentos feito pelo prefeito de Borba, Simão Peixoto (PP) tem levantado suspeitas dos moradores do município, que questionam sobre a necessidade do gasto exorbitante para abastecer uma cidade com pouco mais de 42 mil habitantes, conforme o IBGE.
Os moradores concordam que haja a necessidade da compra, como em qualquer cidade brasileira, mas questionam a falta de informações quanto a quantidade e sobre quais produtos foram adquiridos na licitação, principalmente, porque o prefeito já esteve envolvido em processos licitatórios suspeitos, como a aquisição de merenda escolar quando as escolas estavam fechadas devido a pandemia.
A homologação que atestou as empresas vencedoras da licitação foi publicada no Diário Oficial dos Municípios do Estado do Amazonas, no dia 28/10. Conforme o documento referente ao pregão eletrônico Nº 027-CPL/PMB, a licitação teve como objetivo a “aquisição de medicamentos de uso comum”.
A licitação foi vencida por 11 empresas, mas não especificações quanto aos lotes, quantidades e nem sobre os tipos dos medicamentos adquiridos no certame por cada uma delas. O tempo estipulado para o fornecimento dos medicamentos também não é informado na homologação e nem na transparência do município.
Conforme moradores consultados pelo O Convergente, muitas vezes a falta de informação é proposital, para que a população não tenha acesso aos detalhes e nem faça questionamentos.
“Medicamento é algo realmente necessário, mas esse valor todo é algo que chama atenção, ainda mais para uma cidade pequena como Borba. Aqui muitos moradores não confiam nesse prefeito. Então a gente tem que ficar de olho. Espero que, de fato, esses medicamentos cheguem e sejam destinados para a população”, opinou um morador que preferiu não ser identificado.
Outra moradora disse que sempre tenta obter informações mais detalhadas quando vê alguma notícia sobre licitação, mas muitas têm dificuldades em ter acesso.
“Nunca é tudo esclarecido da forma correta. Em setembro, por exemplo, teve a entrega de um monte de medicamentos. Então foi preciso comprar mais em um tempo tão curto por que? É estranho. Eles postaram no Facebook a entrega alegando que os medicamentos demoraram para chegar justamente por causa de procedimento licitatório. As informações são confusas e desencontradas”, afirmou a moradora, que também preferiu não ter o nome divulgado.
Confira:
Licitação – A compra dos medicamentos, conforme informações descritas no despacho de homologação assinado pelo prefeito da cidade, ocorreu no dia 26 de outubro e vai custar aos cofres públicos de Borna pouco mais de R$ 5,3 milhões.
Os valores pagos a cada uma das 11 empresas vencedoras foram estipulados conforme o lote adquirido por cada uma. O lote mais caro, no valor de mais de R$ 2,5 milhões, ficou com a Primecare Comércio de Medicamentos e Materiais Hospitalares, CNPJ Nº 32.481.041/0001-33.
Confira:
O segundo lote com valor mais elevado, de pouco mais de R$ 1 milhão, ficou com a R. M. NAVECA – CNPJ Nº 05.613.884/0001-73. A empresa, inclusive, já tem outro contrato com a Prefeitura de Borba no valor de R$1.589.531,30. O contrato firmado ainda em 2020 foi prorrogado em março deste ano e tem validade até o ano que vem. Os demais valores, firmados com as demais empresas que venceram o certame, estão estimados entre R$ 400 e R$ 50 mil.
Confira:
O Convergente tentou contato com a Prefeitura de Borba para mais esclarecimentos sobre o assunto por meio do endereço eletrônico disponível na página oficial da prefeitura no Facebook, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
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Da Redação
Fotos: Divulgação/ Ilustração: Marcus Reis
