O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) autorizou a abertura de sete investigações criminais envolvendo o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). As apurações foram solicitadas pelo Ministério Público do Estado (MP-AM) e estavam sob análise há mais de um ano. A decisão foi divulgada nesta terça-feira, 11, em reportagem da Rede Amazônica e G1.
De acordo com a reportagem, as investigações abrangem viagens internacionais, possíveis irregularidades em contratos públicos e vínculos de familiares do prefeito com empresas que prestam serviços à administração municipal.
Por ter foro privilegiado, a abertura dos inquéritos dependia de deliberação do Pleno do TJAM. Ainda segundo a reportagem, o processo passou por cinco relatorias diferentes até chegar à desembargadora Vânia Marques Marinho, responsável pela decisão que autorizou o prosseguimento das apurações.
Entre os pontos investigados, o MP-AM apura se empresários contratados pela Prefeitura de Manaus teriam financiado viagens pessoais do prefeito e da primeira-dama, Izabelle Fontenelle, ao Caribe, durante os carnavais de 2024 e 2025. Em uma dessas ocasiões, vídeos mostram Izabelle em um evento na ilha de São Martinho, acompanhada de empresários ligados à administração municipal.
Outro eixo das apurações, conforme a reportagem, envolve contratos firmados com familiares de David Almeida, incluindo o pagamento mensal de R$ 20 mil à sogra do prefeito, Lidiane Oliveira Fontenelle, por uma empresa prestadora de serviços à Prefeitura.
Segundo o MP-AM, as investigações foram divididas em diferentes frentes, que apuram indícios de peculato, corrupção passiva, fraude em licitação e benefícios irregulares concedidos a empresas com vínculos com a gestão municipal. Uma das sete apurações já foi arquivada a pedido do próprio Ministério Público.
Outro lado
O portal O Convergente entrou em contato com o TJAM para ter acesso ao processo, mas a assessoria informou que o caso tramita sob sigilo.
“O processo tramita sob sigilo — o pedido para esse tipo de trâmite foi um pedido do próprio Ministério Público, e que a Justiça deferiu”, informou a assessoria do TJAM.
O portal também solicitou posicionamento ao Ministério Público do Amazonas, que foi procurado para confirmar as informações e esclarecer detalhes sobre as investigações.
A Prefeitura de Manaus também foi procurada para comentar o caso. Até o momento, não houve retorno.


