A embarcação Iana III, alugada pelo governo federal para hospedar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a COP30, em Belém (PA), pertence ao empresário Iomar Cavalcante de Oliveira, que já esteve envolvido em polêmicas no Amazonas por contratos milionários com o poder público. As informações são do portal Metrópoles.
Em 2018, durante o governo de Amazonino Mendes (PDT), Iomar recebeu cerca de R$ 1,7 milhão do Estado apenas em um contrato pelo aluguel de embarcações usadas em ações do governo. Na época, o contrato foi firmado às vésperas das eleições em que Amazonino concorreu, conforme apurou O Convergente.
Ainda segundo a reportagem, o empresário mantinha parentes em cargos estratégicos da administração estadual, fato que ocasionou críticas à contratação da empresa pelo então governo e a suspeita de favorecimento.
Um deles era o então presidente da Amazonastur, Orsine Júnior, sobrinho do empresário. Outra era Yeda de Oliveira, sócia de Iomar na empresa Icotur Transporte e Turismo, que ocupava o cargo de secretária de Promoção e Desenvolvimento Econômico.
Contratos e doações políticas
Além das relações funcionais, Iomar também figurou como doador da campanha de reeleição de Amazonino Mendes, em 2018, contribuindo com R$ 80 mil, conforme registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmados pelo O Convergente.
Investigações anteriores
Em 2021, o Iana III voltou ao noticiário ao ser alvo de um pedido de inspeção da Justiça Eleitoral, que apurava o suposto uso do barco em ações de entrega de alimentos durante o período eleitoral na cidade de Coari (AM).
O Iana III integra uma frota de embarcações de luxo de propriedade de Iomar Cavalcante, operada por meio de uma agência de turismo sediada em Manaus. O barco foi contratado para atender à delegação presidencial durante a COP30, evento que reunirá líderes mundiais para discutir políticas de enfrentamento às mudanças climáticas, com o Brasil como anfitrião.
Outro lado
Ao Metrópoles, o Palácio do Planalto disse que buscou soluções que fossem adequadas para receber o presidente, cumprindo a legislação vigente, o que inclui segurança, preço e conforto e que os dados com os gastos são “públicos”, mas que serão publicanos no Portal da Transparência.
“A presidência buscou soluções que fossem adequadas para receber o presidente, cumprindo a legislação vigente, o que inclui segurança, preço e conforto. O Iana III é um barco com características de embarcações regionais da Amazônia e permanecerá atracado na Base Naval de Val-de-Cans. Os gastos relativos aos custos das viagens oficiais são dados públicos, disponibilizados em transparência ativa e podem ser obtidos no Portal da Transparência do Governo Federal, onde são publicados à medida em que são feitas as prestações de conta das respectivas missões”, diz nota da Secom.
O Convergente entrou em contato com a empresa de Iomar Cavalcante de Oliveira para solicitar posicionamento sobre o caso e fez os seguintes questionamentos:
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os contratos celebrados com o governo do Amazonas e os critérios de contratação;
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a participação da empresa na negociação atual com o governo federal;
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e se a empresa deseja comentar as informações relativas às relações familiares e políticas mencionadas
Até a publicação, sem retorno. A reportagem esclarece que o espaço segue aberto para devidas manifestações.
