A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (11) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus no processo sobre a trama golpista. A expectativa é de que os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino apresentem contrapontos ao voto de Luiz Fux.
Na sessão anterior, realizada na quarta-feira (10), Fux pediu que não houvesse intervenções de seus colegas durante a leitura do voto, que se estendeu por cerca de 13 horas. O ministro divergiu quase integralmente do relator Alexandre de Moraes e defendeu a absolvição de Bolsonaro.
Enquanto Fux falava, os demais ministros permaneceram em silêncio, limitando-se a fazer anotações. Interlocutores do tribunal afirmam que a postura isolada do ministro ficou evidente não apenas pela posição divergente, mas também pela sua ausência nos diálogos com colegas nos intervalos da sessão.
Um dos pontos que mais gerou críticas foi a diferença de tratamento entre dois réus: Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Apesar de validar a colaboração premiada de Cid, Fux votou pela condenação do militar pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Já em relação a Bolsonaro, optou pela absolvição de todas as acusações.
Nos bastidores do STF, não há expectativa de que os próximos votos — de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin — se estendam tanto quanto o de Fux.
*Com informações da CNN
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