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quarta-feira, setembro 10, 2025

Gastos com viagens de pessoas sem cargo no governo Lula crescem 213% em dois anos

Levantamento mostra que despesas com passagens e diárias para colaboradores eventuais superaram R$ 392 milhões desde 2023

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Os gastos do governo federal com viagens de pessoas sem cargo formal no Poder Executivo aumentaram de forma expressiva nos dois primeiros anos da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dados do Painel de Viagens do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) apontam que, entre 2023 e 2024, essas despesas chegaram a R$ 392,6 milhões, um crescimento de 213% em relação ao período de 2021 e 2022, nos últimos anos do governo Jair Bolsonaro.

O levantamento considera diárias, passagens e outros custos de deslocamentos, como taxas e seguros. Embora a maior parte das viagens do governo seja realizada por servidores públicos, concursados ou comissionados, a fatia destinada a “pessoas sem cargo” foi a que apresentou maior avanço proporcional.

Passagens aéreas lideram alta nos gastos

Somente em bilhetes aéreos, o governo Lula desembolsou R$ 200,9 milhões em dois anos, um salto de 267% sobre os R$ 54,6 milhões pagos no período equivalente da gestão anterior. Esses recursos custearam deslocamentos de colaboradores eventuais, assessores não nomeados em cargos oficiais e familiares de autoridades.

Um dos casos mais emblemáticos é o da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Segundo os dados oficiais, suas passagens aéreas custaram aproximadamente R$ 237 mil desde o início do atual mandato. O valor não inclui os voos em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) nem as despesas com a equipe que a acompanha, formada por cerca de dez pessoas.

No total, as viagens oficiais de Janja e de seus auxiliares somaram R$ 791,5 mil entre 2023 e 2024.

Não apenas os colaboradores eventuais tiveram aumento nas despesas de viagens. Os gastos totais do governo federal com deslocamentos também atingiram patamar recorde. Em 2024, as despesas chegaram a R$ 3,58 bilhões, o maior valor em uma década, representando crescimento real de 2,9% em relação a 2023.

Esse avanço é explicado, em parte, pela ampliação da estrutura ministerial promovida por Lula no início do mandato, quando o número de pastas subiu de 23 para 38.

Explicação do governo

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) justificou o aumento lembrando que, durante o governo Bolsonaro, as restrições impostas pela pandemia de Covid-19 reduziram drasticamente os deslocamentos, o que deixou a base de comparação mais baixa.

A Secom também afirmou que todos os gastos seguem a legislação vigente, especialmente o Decreto nº 10.193/2019, e que cada viagem é aprovada dentro do Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP). A responsabilidade pelo planejamento é dos órgãos federais que solicitam os deslocamentos.

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