O programa Debate Político, do portal O Convergente, recebeu o advogado e ex-presidente da OAB, Marco Aurélio Choy, na última terça-feira (19). A entrevista, conduzida pela jornalista Letícia Barbosa, foi exibida pelo canal 8.2 da TV aberta e pelo YouTube da Rede Onda Digital. O programa vai ao ar semanalmente às terças-feiras, às 20h30.
Na conversa, Choy fez uma análise sobre os desafios da advocacia, o cenário eleitoral de 2026, a sub-representação feminina na política e o processo de escolha para o Quinto Constitucional.
Choy destacou o papel da OAB como guardiã não apenas das prerrogativas da classe, mas dos direitos do cidadão. Segundo ele, os espaços compartilhados para advogados foram um dos legados de sua gestão.
“Vivemos uma crise da advocacia. A OAB tem que estar vigilante para que a categoria consiga superar esse momento difícil. É importante reforçar que prerrogativas não são privilégios, e sim garantias para que o cidadão tenha acesso à Justiça”, afirmou.
O advogado também criticou as restrições de publicidade impostas à profissão e apontou os desafios impostos pela tecnologia:
“A inteligência artificial é um grande estagiário, faz um excelente trabalho, mas precisa de supervisão. Não dá para colocar o nome em um documento que você não produziu”.
Eleições 2026
Com experiência como coordenador de campanhas desde 2006, Choy avaliou que nunca presenciou uma disputa tão antecipada quanto a atual. Ele alertou para o monitoramento feito pela Justiça Eleitoral diante de estratégias indiretas de pré-campanha.
“O brasileiro é inventivo. Não pode pedir voto, mas pode usar frases como ‘estamos juntos’ ou ‘conte comigo’. O TSE está de olho nessas magic words, mas, na prática, só saberemos quem será realmente candidato em 2026, no registro oficial”, explicou.
Fraudes em cotas de gênero
O ex-presidente da OAB também enfatizou a baixa representatividade feminina no Parlamento.
“Mais da metade do eleitorado brasileiro é formado por mulheres, mas apenas 16% a 17% das cadeiras são ocupadas por elas. Isso é uma falha grave de representação”, disse.
Choy ainda destacou que fraudes em cotas de gênero seguem recorrentes. “Mesmo em 2024 ainda vimos candidatas com votação pífia, lançadas apenas para cumprir tabela, sem campanha de fato. Esse é um problema que atravessa ciclos eleitorais”, afirmou.
Quinto Constitucional
Por fim, o advogado comentou sobre o processo de escolha para o Quinto Constitucional, que define um representante da advocacia no Tribunal de Justiça.
“Não se trata apenas de ocupar uma cadeira de desembargador, mas de garantir que a advocacia tenha representação no Judiciário. No Amazonas, desde 2004, adotamos a eleição direta da classe para compor a lista sêxtupla, e esse modelo fortalece a legitimidade do processo”, ressaltou.
Confira o programa na íntegra:
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