Em discurso no Plenário nesta terça-feira (20), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) reconheceu que errou ao pedir uma mensagem da influenciadora Virgínia para sua esposa e sua filha. O fato ocorreu durante o depoimento de Virgínia à CPI das Bets, no dia 13 de maio.
Cleitinho disse manter as opiniões que expressou na reunião da CPI, contrárias às bets, e lembrou que o Senado participou da aprovação da lei que autoriza “essa porcaria”. Ele, no entanto, apontou que foi um pai “muito ausente” por conta da política e afirmou que só pediu uma mensagem da influenciadora porque recebeu uma solicitação de sua filha.
— Tudo que minha filha pede eu tento fazer na hora. Eu agi na hora da emoção. Eu não usei a razão, fui impulsivo naquele momento. Como homem público, eu venho aqui humildemente dizer que eu errei e pedir desculpa. Mas acho que é um erro perdoável, pois eu não estou envolvido em corrupção — declarou Cleitinho.
Em aparte, os senadores Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC) elogiaram a atitude do colega. Magno Malta definiu Cleitinho como “um guerreiro” e “vigilante da coisa pública”. Já Jorge Seif afirmou que também atenderia a um pedido de um filho, mas disse desejar que “todo o pecado” de Cleitinho seja pedir um vídeo para uma influenciadora.
Depoimento
A empresária e influenciadora Virgínia Fonseca prestou depoimento na CPI das Bets, no Senado Federal, em meio a momentos de tensão, constrangimento e até cenas inusitadas. Embora autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a permanecer em silêncio, ela optou por responder parte das perguntas, mas se calou sobre os valores que recebeu por promover plataformas de jogos de azar.
Virgínia afirmou que seus contratos com as bets não incluem a chamada “cláusula da desgraça” — que remunera influenciadores com base nas perdas dos usuários. No entanto, revelou que poderia ter recebido 30% a mais se os lucros das empresas dobrassem, o que, segundo ela, não aconteceu. Disse ainda que não usa sua conta pessoal para realizar apostas nos vídeos promocionais e confirmou que mantém vínculo com a Blaze, mas não mais com a Esportes da Sorte.
Fonte: Agência Senado
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