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quarta-feira, fevereiro 5, 2025

Fábrica da Pioneer encerra atividades na ZFM em março deste ano com demissão de 172 funcionários

O anúncio foi feito durante uma reunião entre representantes da empresa japonesa e da Suframa

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Após 22 anos, a fábrica da Pioneer do Brasil Ltda., na Zona Franca de Manaus (ZFM), encerrará suas atividades em 31 de março de 2025. O anúncio foi feito durante uma reunião entre representantes da empresa japonesa e da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), realizada nesta segunda-feira (3). Com o fechamento da unidade, 172 trabalhadores serão desligados.

A reunião contou com a presença do vice-presidente da Pioneer, Shinichi Shimazaki, e do gerente geral, Hélio Nonaka, além do superintendente da Suframa, Bosco Saraiva. Segundo a empresa, a decisão de encerrar as operações foi tomada pela matriz no Japão devido às dificuldades enfrentadas no mercado nos últimos dez anos, agravadas pela pandemia da Covid-19.

Diante do impacto social e econômico da decisão, a Suframa publicou uma nota em que afirma se comprometer a auxiliar os trabalhadores no processo de transição para novas oportunidades. O superintendente Bosco Saraiva afirmou que a autarquia irá solicitar à Pioneer uma lista com os nomes dos funcionários desligados para compartilhá-la com 59 empresas que possuem projetos de implantação na ZFM.

“Temos 59 fábricas com projetos de implantação e solicitamos essa lista de funcionários para oferecê-la a elas, sem nenhum prejuízo para a empresa de Recursos Humanos, que continuará fazendo a intermediação normalmente. Essa é uma maneira de contribuirmos para lidar com esse processo tão complicado”, afirmou Saraiva.

Segundo a Suframa, a Pioneer também contratou uma empresa de recursos humanos para auxiliar na realocação dos trabalhadores. Atualmente, a fábrica opera em um único turno comercial e todos os empregados já receberam aviso prévio, com garantia do pagamento de seus direitos e a negociação de um plus indenizatório.

A reportagem tentou contato com a empresa em Manaus, mas não obteve sucesso por não conseguir número de telefone ou e-mail para envio de demandas.

Fim de uma trajetória no Polo Industrial de Manaus

Presente no Polo Industrial de Manaus (PIM) desde 2003, a Pioneer enfrentou desafios no mercado que culminaram na decisão de encerrar suas atividades. O fechamento da fábrica marca o fim de uma trajetória de mais de 20 anos de atuação na capital amazonense.

A empresa japonesa, especializada na fabricação de produtos eletrônicos, foi atraída para Manaus pelos incentivos fiscais oferecidos pelo modelo ZFM e pela localização estratégica para produção e distribuição no mercado brasileiro e latino-americano.

A instalação da Pioneer fez parte da estratégia de expansão da companhia no Brasil, visando fortalecer sua presença no setor de equipamentos de áudio e eletrônicos automotivos.

Fechamento de empresas

Nos últimos cinco anos, a Zona Franca de Manaus (ZFM) enfrentou o fechamento de diversas empresas. Entre 2020 e 2022, pelo menos 84 empresas encerraram suas atividades na região, seja por decisão própria ou devido a penalidades aplicadas por descumprimento de exigências legais.

Anteriormente, entre 2005 e 2014, o Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou o encerramento de 208 empresas, passando de 690 fábricas em 2005 para 482 em 2014, representando uma redução de 30,14% no número de indústrias em operação, segundo dados do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam).

Modelo ZFM

Atualmente, a Zona Franca de Manaus (ZFM) é responsável por aproximadamente 112,5 mil empregos diretos, além de gerar postos de trabalho indiretos, totalizando 500 mil empregos diretos e indiretos, seja na venda de bens finais ou na comercialização de insumos para a produção industrial.

Além de sua relevância econômica, a ZFM desempenha um papel crucial na preservação ambiental. Ao concentrar atividades industriais em uma área delimitada, a ZFM contribui para a conservação de vastas áreas da Floresta Amazônica, evitando a dispersão de empreendimentos que poderiam resultar em desmatamento descontrolado.

Apesar do modelo de desenvolvimento sustentável ter sido apontado como um fator importante na manutenção da cobertura florestal e na mitigação das mudanças climáticas, a ZFM tem sido alvo, nos últimos anos, de desinformação e ataques infundados, o que chegou a gerar impasses nas discussões de pautas, como a Reforma Tributária.

 

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