Em entrevista, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, revelou que não foram encontradas provas suficientes para indiciar Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro no inquérito que apura uma possível tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.
“No caso concreto, está lá no relatório do inquérito policial, não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar que essas pessoas tenham participado [da tentativa de golpe]”, afirmou Rodrigues em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Na investigação, a Polícia Federal já indiciou 40 pessoas suspeitas de terem participado do suposto plano de golpe. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno, e Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL).
De acordo com o diretor-geral da PF, sem a ausência de provas contra Eduardo e Michelle Bolsonaro, os agentes chegaram a conclusão que tinha que ser feita.
“Investigamos, apuramos, não encontramos elementos suficientes para várias pessoas, não só essas duas [Eduardo e Michelle]. E, portanto, fizemos a conclusão que tinha que ser feita”, destacou.
Na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, ele apontou Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro como integrantes do grupo mais radical ao redor do ex-presidente. Segundo o depoimento prestado em agosto de 2023, os dois conversavam frequentemente com Bolsonaro, supostamente incentivando um golpe de Estado.
Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro rebateu as acusações e afirmou que se trata de mais uma narrativa do ‘sistema’ para tirar os opositores de jogo e abrir portas para as eleições de 2026.
Michelle Bolsonaro, por sua vez, ironizou as acusações em suas redes sociais.
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