Após a repercussão de denúncias sobre pagamentos de empresas contratadas pela Prefeitura de Manaus a parentes do prefeito David Almeida (Avante). A Câmara Municipal de Manaus (CMM) recebeu um pedido de abertura de uma investigação que, de acordo com o autor do pedido, o vereador Lissandro Breval (PP), caminha para recolher as últimas assinaturas e dar entrada na Procuradoria da Casa.
Para um pedido de CPI ser validado na CMM, deve conter no mínimo 14 assinaturas dos vereadores que compõem a atual legislatura. Ao O Convergente, a assessoria do autor do pedido informou que, até o momento, 11 vereadores já assinaram o requerimento que pede a abertura da ‘CPI da Terceirização da Corrupção’.
Durante o discurso da sessão plenária desta quarta-feira (11), o vereador informou que está na reta final. “Estamos caminhando para fechar o número de assinaturas e vamos solicitar à Mesa que aprecie, à Procuradoria que aprecie, para que possamos dar mais um passo na direção de transparência […], e saber o caminho do dinheiro que está sendo pago com dinheiro público por interesses pessoais de parentes do prefeito”, disse.
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Ao justificar o pedido de abertura sobre os pagamentos, o autor alegou que a CPI vai investigar o ‘sistema’ montado pela gestão do prefeito David Almeida e garantiu que a apuração vai sair do papel.
“Conseguimos mais assinaturas da CPI. Essa CPI que, com certeza, vai sair do papel, vai investigar esse sistema de direcionamento de dinheiro público, de tráfico de influência. Sistema que, nesse momento, deve estar em ativa na Prefeitura de Manaus porque eles acham que são os donos de Manaus, acham que são donos da Justiça e que nada vai acontecer”, ressaltou.
Desde o momento em que o pedido de CPI sobre os pagamentos foi apresentado, O Convergente buscou contato com o prefeito David Almeida, bem como também com os familiares envolvidos: a noiva Izabelle Fontenelle e a sogra Lidiane Oliveira Fontenelle. As partes não retornaram o contato da equipe, mas o espaço segue aberto para esclarecimento, garantindo assim o direito de defesa dos envolvidos.
Entenda o caso
A sogra do prefeito, Lidiane Oliveira Fontenelle, teria recebido em média, R$ 20 mil mensais de uma construtora que possui um contrato de R$ 65 milhões com a prefeitura da capital amazonense.
A empresa dela recebeu, aproximadamente, R$ 124 mil como prestadora de serviços da empresa contratada pela Prefeitura de Manaus.
Já a noiva recebeu dois valores como prestadora de serviço para empresas com contrato com a prefeitura. Izabelle Fontenelle, teria recebido cerca de R$ 120 mil por uma empresa contratada pela gestão de David Almeida, de acordo com uma reportagem do Estadão.
Além disso, a noiva do prefeito emitiu uma nota fiscal no valor de R$ 15 mil para a Agência de Interatividade e Marketing, de propriedade de Durango Duarte. O empresário, inclusive, tem contrato de mais de R$ 33 milhões firmados com o município, como também noticiado pelo O Convergente.
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