Com exclusividade para O Convergente, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) comentou sobre o posicionamento da bancada do PSOL em votar contra a soltura do deputado Chiquinho Brazão, preso após ser apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Nessa quarta-feira (10), os deputados acompanharam o parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que recomentou a manutenção da prisão preventiva por crime flagrante e inafiançável de obstrução de Justiça com o envolvimento de organização criminosa. A decisão final foi de manter a prisão do parlamentar, com 227 votos favoráveis. Para manter a prisão preventiva, são necessários os votos da maioria absoluta da Câmara (257 votos).
Antes da votação, a deputada Erika Hilton concedeu uma entrevista exclusiva para O Convergente, onde ressaltou que a Câmara não poderia aceitar a “covardia” de conceder a liberdade ao deputado. A parlamentar também falou sobre o posicionamento da bancada do PSOL na votação, uma vez que era a sigla de Marielle Franco.
“O posicionamento da bancada do PSOL é um posicionamento pela manutenção da prisão, é preciso dar resposta, é preciso investigar e é preciso deixar a justiça livre, que é isso que o deputado vinha fazendo, obstruindo a justiça. Nós esperamos que os deputados e os líderes se comprometam com a manutenção da prisão e que a justiça seja feita, que a Câmara não traga para si essa covardia, essa canalhice, de dar a soltura para uma pessoa fortemente indiciada em processo julgado pelo Supremo Tribunal Federal na execução de Marielle Franco e Anderson”, disse.
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Entenda
O deputado foi preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito. A decisão foi seguida pela 1ª Turma do STF.
Além do deputado, é acusado de mandante do crime o seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O processo passou a tramitar no Supremo porque ambos têm foro privilegiado.
O assassinato de Marielle ocorreu em março de 2018, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Na época, Brazão era vereador na capital fluminense.
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