O comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, foi claro e direto ao defender uma “investigação completa” sobre militares suspeitos de participarem de uma tentativa de golpe no país, conforme apurado pela Polícia Federal na semana passada.
Durante entrevista ao jornal O Globo, o comandante da Aeronáutica declarou que, se for comprovada a participação de militares da corporação militar, serão punidos: “Qualquer coisa que fira nossos diplomas disciplinares será punida”, disse Damasceno.
Ele disse ainda que o comando da Aeronáutica acorda com a necessidade de uma investigação completa, garantindo a ampla defesa e o contraditório a todos os envolvidos, seguindo o necessário rito processual previsto no ordenamento jurídico vigente.
O Chefe do Estado-Maior da FAB enfatizou também que a liderança da Aeronáutica está alinhada com a urgência de uma apuração exaustiva, assegurando a todos os envolvidos o direito à ampla defesa e ao contraditório, seguindo o devido processo legal estabelecido no sistema jurídico em vigor.
Damasceno, de forma categórica, negou qualquer conhecimento sobre a reunião realizada no governo anterior para debater atos antidemocráticos. Além disso, destacou que a postura do Alto Comando da Aeronáutica foi de neutralidade em relação ao governo Bolsonaro. O comandante afirmou não ter conhecimento e não ter recebido informações judiciais sobre a possível participação de militares da ativa da FAB nos incidentes de 8 de janeiro.
Na conversa, ele abordou o vínculo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e refutou quaisquer suspeitas no Alto Comando. “A minha relação com o presidente sempre foi muito urbana. Ele tem uma grande preocupação com o reaparelhamento das Forças Armadas e, por exemplo, uma vontade muito grande de que a gente desenvolva uma turbina (de aeronaves). Poucos países do mundo fazem isso. Lula é apaixonado por essa agenda de Defesa”, afirmou o brigadeiro.
O líder da FAB defende a transição de militares para a reserva, caso expressem interesse em candidaturas, mas endossa a possibilidade de assumirem funções no Executivo, sem ocupar cargos eletivos, e defende concursos abertos, sem restrições de vagas para mulheres.
Ilustração: Marcus Reis
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