Após a reportagem do Estado de S.Paulo revelar que o Ministério da Justiça recebeu Luciane Barbosa Farias, mais conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, políticos de oposição tentam articular o impeachment do ministro Flávio Dino.
De acordo com a reportagem, a dama do tráfico, que é mulher de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder da facção Comando Vermelho no Amazonas, esteve na sede do ministério em duas ocasiões, sendo elas sem o registro de nome na agenda oficial.
“Não é uma suspeita. É um fato. A primeira-dama do tráfico foi recebida no Ministério da Justiça. Isso reforça a suspeita que sempre tivemos de que é impossível entrar na Maré, da forma como Dino entrou, sem um acerto com o tráfico de drogas”, afirma o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy.
No entanto, a dúvida dos opositores é se o novo pedido de impeachment será feito antes ou depois da convocação de Dino para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional. Como justificativa para protocolar o pedido, os deputados afirmam que a visita de pessoas associadas ao crime e ao tráfico em um órgão do governo federal é inadmissível.
Após a repercussão do caso, Flávio Dino se manifestou e alegou que não recebeu nenhuma liderança de crime organizado. “Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete”, escreveu nas redes sociais.
Em encontros com políticos, a dama do tráfico se apresenta como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma ONG que, segundo investigações da Polícia Civil, atua em prol de presos ligados ao Comando Vermelho e é financiada com dinheiro do tráfico.
A mulher consegue contanto com políticos, uma vez que anda por Brasília ao lado da advogada Camila Guimarães de Lima e da amiga Janira Rocha, ex-deputada estadual pelo PSOL.
Por meio de nota, o Ministério da Justiça afirmou que atendeu a associação e, entre vários presentes, haviam advogados. A pasta ainda reiterou que a dama do tráfico não solicitou o encontro.
“A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes”, diz um trecho da nota.
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