Há pouco mais de um ano das eleições, a Prefeitura de Belém é alvo das principais forças políticas do Pará. Além do atual prefeito e do candidato derrotado por ele por pequena margem de votos em 2020, outros políticos aparecem com chances, conforme mostra pesquisa do Laboratório de Estudos Geopolítico da Amazônia Legal.
Junte-se ao tabuleiro a polarização entre esquerda e direita e o crescente interesse de Lula pelo Pará, onde o petista, fortemente alinhado ao Governo do Estado, deve ter grande influência.
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O prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) e o Delegado Eguchi (PL) mostram-se tecnicamente empatados no levantamento feito em junho, aparecendo com 17% e 16,9% das intenções de voto, respectivamente. Os dois brigaram voto a voto em 2020, e o cenário parece não ter mudado.
A influência do governador Helder Barbalho e do presidente Lula podem ser a carta na manga da esquerda, embora a atual gestão não esteja bem avaliada pela população. De acordo com o Instituto Paraná Pesquisas, 68,8% desaprovam a atual administração contra apenas 28,6% que aprovam e 2,6% que não sabem ou não opinaram.
A recente agenda de Lula ao lado de Barbalho no Pará e a expectativa pela COP na capital aumentam as movimentações das forças políticas em torno da escolha do nome que será apoiado nas urnas.
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“Esse quadro, além da dispersão, revela nomes que podem dificultar a corrida eleitoral do ano que vem para Edmilson Rodrigues (PSOL), como, por exemplo, o deputado federal Celso Sabino (União Brasil), que recentemente assumiu o Ministério do Turismo. Próximo ao chamado “Centrão”, ele é ligado ao presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP), e também teve proximidade ao governo Bolsonaro, assumindo, inclusive, a liderança da maioria na Câmara neste período, seu nome pode surgir com força no campo da direita”, destaca o Laboratório de Estudos Geopolítico da Amazônia Legal.
Junta-se ao tabuleiro a polarização entre esquerda e direita e a indefinição está posta à mesa.
Com a capacidade que o MDB do governador tem para formar um amplo arco político, dentro do partido que mais elegeu prefeitos no Brasil, espera-se que o psolista consiga superar as dificuldades com a baixa popularidade, ou ceda, dependendo do desempenho, até a homologação das chapas.
Ainda, de acordo com o Laboratório de Estudos Geopolítico da Amazônia Legal, na corrida pela “chave da cidade”, é impossível apontar favorito. “O cenário é ainda mais imprevisível se considerarmos a porcentagem obtida pelos demais postulantes: Ursula Vidal (MDB), 15,4%; Cássio Andrade (PSB), 10,4%; José Priante (MDB), 8,3%; Thiago Araújo (Cidadania), 8,0%; e Celso Sabino (União Brasil), 4,6%.
Por: Elton Rodrigues
Revisão textual: Vanessa Santos
Ilustração: Giulia Renata Melo