Segundo uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (12), a avaliação positiva do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelo mercado financeiro mais que dobrou em julho em comparação com maio, atingindo 65%.
Isso ocorre em meio à aprovação da reforma tributária e à reintrodução do voto de qualidade para o governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) pela Câmara dos Deputados.
Na pesquisa anterior, realizada em maio, 26% dos entrevistados consideravam o trabalho do ministro como positivo, enquanto 37% o viam como negativo, mesma proporção dos que o consideravam regular.
Na pesquisa mais recente, a avaliação negativa caiu para 11% e a avaliação regular para 24%.
Além disso, a pesquisa revelou que a expectativa de melhora da economia nos próximos 12 meses aumentou para 53%, em comparação com 13% em maio.
Contudo a previsão de piora diminuiu para 21%, em comparação com 61%. Aqueles que esperam que a economia permaneça estável mantiveram-se em 26%.
Perspectiva sobre o Banco Central
A pesquisa também mostrou uma avaliação positiva da atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com 86% dos agentes do mercado financeiro considerando o trabalho dele como positivo.
7% dos entrevistados o consideram regular e a mesma porcentagem o considera negativo.
Em relação à taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, 56% dos entrevistados esperam um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em agosto.
Dos entrevistados, 32% esperam que o Copom reduza a taxa em 0,50 ponto percentual, enquanto 7% esperam que ela seja mantida.
Por outro lado, 4% acreditam em um aumento de 0,25 ponto percentual e 1% veem um corte maior do que 0,50 ponto.
Sobre a pesquisa
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 10 de julho, ouvindo 94 fundos de investimento com sede em São Paulo e Rio de Janeiro. Esse período coincidiu com a aprovação da reforma tributária e a reintrodução do voto de desempate a favor do governo no Carf, última instância de recursos administrativos contra punições impostas pela Receita Federal.
Quanto à reforma tributária, a pesquisa mostrou que o mercado vê impactos mais positivos na redução da guerra fiscal entre os estados (77%), no setor industrial (71%) e na geração de empregos (52%). Por outro lado, o setor de comércio e serviços lidera os efeitos negativos, com 55%.
Questionou-se aos entrevistados sobre o principal problema que dificulta a melhora da economia atualmente. Cerca de 45% citaram a falta de uma política fiscal eficaz, 21% mencionaram a baixa escolaridade e produtividade da população, 19% apontaram interesses eleitorais e 11% destacaram a alta taxa de juros.
Política econômica
A pesquisa Genial/Quaest também mostrou uma aproximação entre aqueles que acreditam que a política econômica do país está no caminho certo e aqueles que pensam o contrário. Agora, 53% avaliam que a economia está indo na direção errada, em comparação com 90% na última pesquisa, enquanto 47% respondem que a economia está na direção certa, em comparação com 10% anteriormente.
Quase todos os entrevistados, ou seja, 94%, concordaram que a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação já estabelecida para 2024 e 2025, de 3%, com 1,5 ponto percentual de tolerância para mais ou para menos até 2026, foi correta.
Além disso, a pesquisa revelou que 81% dos entrevistados consideram positiva a adoção do novo sistema de meta de inflação contínua a partir de 2025, enquanto 19% veem essa mudança de forma negativa.
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Edição: Hector Santana, com informações do Investing.com
Foto: Ricardo Stuckert/PR